O infinito do espaço sideral guarda milhões de mistérios que a raça humana busca entender e descobrir. Por sua vez, a mineira Lorrane Olivlet, 26 anos, olhou para os céus e desvendou um pequeno pedacinho dele. Ela encontrou quatro asteroides que nunca haviam sido catalogados pela Nasa e agora terá o direito de batizá-los.
Em entrevista ao Razões, Lorrane (@lolivlet) afirmou que homenageará seus pais, Euler e Mariza Araujo, e seu namorado, Guilherme Augusto, com três dos quatro asteroides. Já para nomear o quarto, a mineira de Belo Horizonte (MG) pretende contar com a ajuda dos brasileiros.
A ideia de Lorrane é batizar o quarto asteroide com o nome de algum atleta ou celebridade brasileira. Para a jovem engenheira biomédica, formada na Fumec, é importante chamar a atenção do público que nem sempre tem contato com a ciência.
Lorrane encontrou quatro asteroides que nunca foram catalogados pela Nasa. Foto: arquivo pessoal
“Penso que é uma forma de popularizar essa área muito interessante. Às vezes as pessoas pensam que para existir ciência, o futebol não [pode existir]. Mas não, os dois têm que existir, os dois são fundamentais.”
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Caça aos asteroides
Lorrane já tinha ouvido falar da Iasc (Colaboração de Pesquisa Astronômica Internacional, em tradução livre) – programa da Nasa que incentiva civis a descobrirem o espaço sideral -, mas nunca tinha participado das campanhas de busca por asteroides. Ao descobrir que o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) havia lançado uma parceria com a Iasc, foi a hora de se inscrever e explorar os céus.
A mineira juntou o pessoal do seu grupo de divulgação científica, o In Space (@inspace_group), e iniciou as buscas. Atualmente, três dos quatro asteroides têm sido monitorados em uma fase preliminar, enquanto o quarto teve seu relatório já enviado por Lorrane. De acordo com a engenheira biomédica, é raro ter o direito de nomear um asteroide.
“A União Astronómica Internacional é muito rígida com esse negócio de nomear, então só de você ter a oportunidade de nomear esses asteroides, é algo muito raro. É algo muito fora da realidade.”
Lorrane encontrou três asteroides que já estão sendo monitorados e um quarto que teve relatório de descobrimento enviado as autoridades responsáveis. Foto: arquivo pessoal
Mineira quer fortalecer divulgação científica
Criado por Lorrane em 2019, o In Space é um grupo que nasceu a partir da vontade de civis de participarem de palestras e cursos voltados para ciência astronômica. Para a surpresa da mineira, foi preciso fazer um processo seletivo para admissão no grupo por causa da grande procura por vagas.
Atualmente, 55 pessoas de 26 unidades federativas, com exceção do Acre, fazem parte do In Space, incluindo um membro de Moçambique. Neste ano, o grupo conseguiu inscrever três equipes nas Olimpíadas Brasileiras de Satélite, além da caçada aos asteroides.
Feitos de Lorrane estampam capas de jornal. Foto: arquivo pessoal
“Uma coisa bacana também no grupo é que tem várias faixas etárias. No começo eu tinha muito medo disso: ‘Caramba, como vou conseguir comunicar uma pessoa de 8 anos com uma pessoa que é mais velha do que eu?’. Mas não, tudo funciona em perfeita harmonia.”
Lorrane define o In Space como “agitado e animado” e vê que o principal objetivo do grupo, a divulgação científica, tem sido alcançado. “A gente participou da Competição Internacional de Astronomia e Astrofísica e do grupo a grande maioria passou na primeira fase. E eu: ‘Ai, que lindo’”, brinca a mineira.
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Visita à Nasa
Um e-mail despretensioso em 2019 com um pedido de vídeo para uma palestra em uma universidade de Minas Gerais acabou levando Lorrane para o Kennedy Space Center, na Flórida (EUA). Organizando um evento na faculdade, a engenheira biomédica pediu um vídeo ao embaixador da Nasa no Sistema Solar, Gabe Gabrielle, e surpreendeu seus colegas de turma ao receber uma gravação personalizada.
Um mês após o vídeo, Gabrielle apareceu presencialmente em Belo Horizonte para encontros em outras universidades. Obviamente, Lorrane não deixaria de encontrar o embaixador do Sistema Solar, não é mesmo?! O ex-engenheiro da Nasa foi longe e convidou a menina a uma visita à base da instituição na Flórida.
Lorrane deseja aumentar a divulgação de trabalhos sobre o espaço entre os brasileiros. Foto: arquivo pessoal
Lorrane juntou todas as economias, contou com ajuda até da sogra, e conseguiu viajar para os Estados Unidos. Na Terra do Tio Sam, a mineira não só foi recebida por Gabrielle, como pode jantar com o embaixador e até ganhou um macacão de presente da Nasa.
“Foi tudo muito interessante. No dia que a gente saiu para o Kennedy Space Center, estava uma chuva que o mundo estava acabando. Nunca tinha visto uma chuva tão absurda como aquela. E quando nós chegamos, abriu o céu, ficou todo azul, foi muito lindo. Foi a experiência!”
Próximos passos na carreira de Lorrane
Obviamente, Lorrane sonha em trabalhar na Nasa. A jovem explica que é necessário ter cidadania americana para fazer parte da equipe da instituição, mas que o processo não é impossível. Para facilitar seu caminho, a mineira pensa em uma segunda graduação mais voltada para a área da astronomia ou até mesmo um mestrado.
Lorrane descobriu seu amor pelo espaço sideral durante a infância. Foto: arquivo pessoal
Apesar de se planejar e tentar traçar um projeto, Lorrane confessa que contou com a ajuda do destino e que tudo na área da astronomia e astronáutica foi se encaminhando por si só. Para quem começou a gostar do espaço sideral na infância por conta de um livro gratuito que acompanhava uma barra de chocolate, a mineira tem percebido que nem tudo está sob seu controle.
“Fui parar na Nasa por conta desse trabalho, conheci o embaixador, trouxe ele para cá, depois fui para lá. Então aconteceu muita coisa nesse percurso, quem sabe um dia trabalhar lá, né?”
Veja o vídeo:
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EDUCAÇÃO – Razões para Acreditar