SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Microsoft anunciou nesta segunda-feira (22) uma cooperação com grupos de imprensa da Europa para garantir um modelo de arbitragem que leve empresas como Google e Facebook a pagarem por notícias publicadas em suas plataformas digitais.
Em nota publicada em seu site, a companhia menciona inspiração na recente legislação australiana que determinou a divisão de receita das big techs com veículos de mídia.
Essa lei motivou o Facebook a banir conteúdo noticioso originário do país desde a quinta-feira (18), acentuando uma discussão global sobre o modelo de negócio das empresas de tecnologia e o conteúdo criado por terceiros.
“Agradecemos o reconhecimento da Microsoft sobre o valor que nosso conteúdo traz aos principais negócios de mecanismos de buscas e redes sociais, porque é de onde Google e Facebook geram a maior parte de suas receitas”, afirmou Christian Van Thillo, presidente do EPC (European Publishers Council), conselho que reúne veículos de jornalismo europeus.
O projeto inclui outras três associações setoriais de jornais e revistas, que representam os principais meios de comunicação do continente.
A solução legal a ser desenvolvida pela Microsoft com as empresas mira “quem tem poder dominante no mercado”. A Microsoft possui seu mecanismo de busca, o Bing, hoje irrelevante na participação de mercado se comparado ao Google.
“Tais disposições devem considerar o modelo estabelecido pela lei australiana, que permite que um painel arbitral estabeleça um preço justo com base em uma avaliação dos benefícios derivados de cada lado em ter o conteúdo de notícias incluído nessas plataformas”, diz a Microsoft.
Caspet Klynge, vice-presidente da companhia americana, afirmou que em outubro de 2020 a Microsoft lançou uma iniciativa de investimento a veículos locais e que tem compartilhado uma porção de sua receita com veículos, sem citar números.
Google e Facebook também investiram em medidas semelhantes ao jornalismo nos últimos anos.
Autoridades têm se manifestado contra a decisão do Facebook de cessar a veiculação de conteúdo noticioso da Austrália a seus usuários.
Segundo a AFP, o Departamento de Saúde australiano vai parar de realizar anúncios na plataforma de Mark Zuckerberg, onde direcionava conteúdo pró-vacina e contra a desinformação.
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