SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Em novembro, a Princesa Aiana, avatar do Metaverso, se tornará a primeira a assinar um desfile de moda no Brasil.
Sua coleção estará no Brazil Immersive Fashion Week, a maior semana de moda na América Latina no metaverso, do dia 10 a 20. Para quem não tem acesso (ou intimidade) com o metaverso, ele também poderá ser assistido no State, espaço dedicado a inovações tecnológicas, em São Paulo.
“Tanto em espaços físicos como virtuais, precisamos encontrar possibilidades de escolha estética alinhadas com o que acreditamos” conta Olivia Merquior, idealizadora da BRIFW. “A moda no metaverso acompanha essa busca para incorporar, na nossa imagem social, desejos e valores traduzidos em objetos vestíveis, criados de maneira analógica ou digital”.
Aiana foi criada por Cairê Moreira, consultor 3D que utiliza tecnologia e realidade virtual para criar roupas digitais – tendência que já deve movimentar mais de US$ 50 bilhões só este ano. Sua empresa, a Genyz, também pesquisa sobre a utilização de “humanos digitais” como influenciadores nas redes sociais.
Na vida real, a verdadeira “inspiração” de Aiana são os estilistas Raphael Pereira e Isadora Guimarães. Foram eles que criaram todos os visuais que serão apresentados no evento, cheios de referências atuais e atemporais de streetwear, com muitas outras peças também oversize.
DO VIRTUAL PARA O GAME, DO GAME PARA O REAL
As criações de Aiana serão disponibilizadas de forma gratuita pouco depois da apresentação. O segmento, porém, costuma cobrar – e cobrar caro – pelaroupa em forma de NFT (uma espécie de registro de autenticidade digital, que em teoria assegura haver apenas uma única versão daquele item).
“Se você compra um NFT da nossa coleção, desbloqueia alguns benefícios. Um deles é você conseguir tirar uma foto com a Realidade Aumentada na câmera do seu celular com a peça de roupa que acabou de comprar”, explica Bianca Torquato, fundadora do e-commerce Vex, o primeiro marketplace de moda virtual em cripto no Brasil.
Inspirada em empresas como RTFKT, Dressx e TheFabricant, Torquato pretende gerar mais experiências imersivas. Futuramente, a peça poderia ser utilizada pelo dono em um game, por exemplo; ou até mesmo gerar uma versão física simbólica, para ser vestida no mundo real.
Fabio Roberto Mariano, gestor industrial e de negócios da moda, observa que o metaverso abre um mundo de possibilidades. Marcas já fazem parcerias com games mundiais, lançam coleções digitais, avatares e NFTs.
Dessa maneira, as oportunidades vão desde a interação entre ambientes físicos e virtuais, tanto de lojas quanto de produtos, e a comercialização em ambas as realidades, simultaneamente ou não.
Apesar da empolgação, o tamanho da indústria da moda ainda causa alguns entraves, como:
– Maior competitividade de empresas e marcas por causa do acesso às novas tecnologias;
– Mão de obra escassa e em formação para atuar neste novo mercado digital;
– Boa parte da classe trabalhadora no setor ainda com baixo nível de instrução
– Alto nível de informalidade e competitividade
– A revolução 4.0 ainda está no começo em boa parte das empresas do setor.
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