SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os hormônios femininos frequentemente atuam uma vez que combustível para certos tipos de cancro de seio. Por isso, muitos tratamentos incluem bloqueio hormonal, o que resulta em uma menopausa abrupta. Foi o que aconteceu com Nathalia Coutinho, diagnosticada com a doença aos 39 anos, em 2022. Além do bloqueio hormonal, ela passou por cirurgia e quimioterapia.
“Eu era uma mulher jovem. Não tinha nenhum sinal de climatério, nem de menopausa, nem de zero”, diz.
Nathalia conta que sempre foi magnífico em fazer contas de cabeça e que hoje possui muita dificuldade. Essa perda de potência mental é um dos sintomas da menopausa que ela vem enfrentando, assim uma vez que insônia e alguns fogachos noturnos –um dos sintomas mais comuns da menopausa, que costuma ocorrer por volta dos 50 anos.
Embora a menopausa seja mais frequente nessa tira etária, o cancro de seio também é prevalente nesse período. Por isso, recomenda-se que mulheres entre 40 e 69 anos realizem exames de mamografia regularmente.
A quimioterapia pode afetar os ovários, um efeito divulgado uma vez que toxicidade ovariana, uma vez que explica Laura Testa, patrão do grupo de oncologia mamária do Icesp (Instituto do Cancro do Estado de São Paulo). “Ela pode fazer com que os ovários deixem de funcionar adequadamente, seja durante o tratamento, seja antecipando uma menopausa futura”, afirma. No entanto, a médica ressalta que essa menopausa pode ser definitiva ou temporária, e o retorno da função ovariana varia de caso a caso.
Nathalia compara a perda de cabelo durante a quimioterapia com a menopausa. Enquanto a queda dos fios é amplamente discutida, permitindo que as mulheres se preparem emocionalmente, os efeitos da menopausa não recebem a mesma atenção. “Se menopausa fosse em homens, a ciência já teria encontrado soluções”, critica.
“No caso da mulher com cancro de seio, isso ainda está numa totalidade penumbra”, diz. “Você sai da quimioterapia e precisa mourejar com um tanto absolutamente inesperado: a menopausa, que traz uma série de outros sintomas.” Muitas vezes, ela afirma não saber honrar quais efeitos são causados pela quimioterapia e quais são sintomas da menopausa.
O ano seguinte ao tratamento foi principalmente reptador para Nathalia, pois ela enfrentou novos sintomas e teve que se ajustar a um “novo normal”. Ela descreve a menopausa associada ao cancro uma vez que um processo que acontece em um momento de grande fragilidade devido à quimioterapia, comparando seu corpo a uma “terreno arrasada”.
O oncologista Oren Smaletz, do Hospital Israelita Albert Einstein, reforça a relevância do séquito regular com um ginecologista, mesmo para mulheres que não apresentam sintomas evidentes, garantindo que se mantenham informadas. “A menopausa é um momento de fragilidade, uma mudança não só hormonal, mas também fisiológica e psicológica. As mulheres precisam estar cientes dos riscos e benefícios da reposição hormonal.”
Embora a reposição hormonal seja um dos principais tratamentos para a menopausa, ela é geralmente contraindicada para pacientes com cancro de seio, principalmente para aquelas com receptor hormonal positivo, uma vez que é o caso de Nathalia.
O oncologista indica tratamentos com acupuntura e novos medicamentos em desenvolvimento, uma vez que o fezolinetant, que não possui hormônio e atua no sistema nervoso médio para diminuir os fogachos.
Uma das estratégias que Nathalia adotou para mourejar com os sintomas foi a prática de exercícios físicos. “Você não tem mais a mesma força e potência, mas ajuda muito porque libera endorfina e melhora o sono, já que você cansa o corpo”, conta. Essa é uma das principais recomendações dos especialistas e, para Testa, a atividade física não é opcional, e sim obrigatório. “Ela tem o poder de mitigar muitos desses sintomas.”
Outra estratégia que Nathalia adotou foi a higiene do sono, criando um ritual antes de dormir, uma vez que evitar o uso do celular, para não prejudicar o sota. Ou por outra, a médica sugere o uso de hidratantes vaginais sem hormônio para combater a secura vaginal, mas enfatiza que cada caso deve ser estimado individualmente.
“Você precisa encontrar um novo ponto de estabilidade para tudo. Esse processo exige muito. Exige olhar para si mesma e entender que você mudou, que não é mais a mesma pessoa de antes, e refletir sobre o que ganhou e o que perdeu”, conclui Nathalia.