Médico brasileiro recebe o “Oscar” da Oncologia por projeto inovador para tratar câncer de próstata

O médico oncologista Pedro Henrique Isaacsson, de 36 anos, recebeu um prêmio internacional por seu estudo que busca encontrar novas formas de tratamento para o câncer de próstata.

A pesquisa, desenvolvida junto ao Instituto de Pesquisa Moinhos e a Johns Hopkins Medicine International, muito prestigiada dentro da comunidade médica, usa o método de terapia androgênica bipolar para tratar a doença.

Foto: Reprodução / CNN

Ela consiste em altas doses de testosterona associadas à medicação “Radium-223” (devidamente aprovada para uso) para combater as células cancerígenas.

Até aqui, cerca de 40 pacientes atendidos pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), receberam a nova terapia, com resultados preliminares muito promissores.

Esse trabalho, liderado por Pedro, levou ao reconhecimento da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que concedeu o prêmio Career Development, ao médico oncologista.

Foto: Reprodução / CNN

Entre os médicos, a premiação é considerada o “Oscar da Oncologia”, pois exalta os profissionais que mais se destacaram em suas áreas de pesquisa em todo o mundo, buscando melhorar a experiência e o tratamento do paciente.

Nesta semana, Pedro deu entrevista à CNN, onde se disse muito grato por estar ao lado de outras iniciativas lideradas por instituições que são referência mundial.

“Esse é um prêmio que tem 30 anos e, pela primeira vez, um hospital brasileiro foi selecionado. São 20 projetos selecionados que receberão 200 mil dólares (R$ 1 milhão)”, contou ele, acrescentando que 100% dos recursos serão destinados ao Hospital Moinhos de Vento para serem investidos em projetos de pesquisa contra o câncer de próstata.

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Tratar a doença enquanto devolve a qualidade vida ao paciente

A terapia androgênica bipolar visa combater as células cancerígenas com mais eficiência, ao passo que devolve a qualidade de vida ao paciente, muitas vezes tão enfraquecido devido à ação da radio e quimioterapia.

“Nosso projeto devolve níveis de testosterona altos ao paciente de forma a tratar a doença e também melhorar a qualidade de vida. É uma linha de pesquisa que já temos com alguns projetos em andamento em que investimos nessa terapia com testosterona sozinha ou em combinação com outra terapias. No caso deste estudo premiado, a testosterona é usada em conjunto com uma terapia chamada Radium 223, um radiofármaco, aprovada para câncer de próstata”, explicou.

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Ainda neste mês, Pedro e outros pesquisadores devem começar o recrutamento de pacientes no Brasil e nos Estados Unidos. Estima-se que 50 pessoas diagnosticadas com câncer de próstata (com apresentação de metástase) devam ser contemplados com a nova terapia.

“É uma pesquisa muito promissora para pacientes com câncer de próstata. Podemos regredir o câncer e melhorar a qualidade de vida das pessoas, devolvendo e aumentando a testosterona dos pacientes e proporcionando menos efeitos adversos da hormonioterapia como fadiga, disfunção erétil, risco de fraturas, entre outros”, destacou o oncologista.

Fonte: CNN

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