Único time brasileiro disputando três competições ao mesmo tempo, o Palmeiras sofre com a “maratona” de jogos. E teme que a dura sequência de partidas influa diretamente em seus resultados, como quase aconteceu no domingo, na vitória magra sobre o Red Bull Bragantino, no Brasileirão. No duelo disputado no Allianz Parque, o técnico Abel Ferreira precisou recorrer a reservas para reduzir o desgaste físico de alguns titulares e correu riscos em campo.
Em bom momento, o Palmeiras está em sexto lugar no Brasileirão e briga pelo G-4. Disputa ainda as semifinais da Copa Libertadores e da Copa do Brasil. Na competição nacional disputada no sistema mata-mata, o time paulista encara o América-MG nesta quarta, no jogo da volta, em Belo Horizonte. Precisa vencer para avançar porque houve empate por 1 a 1 na ida, em São Paulo.
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Foi pensando neste duelo decisivo que Abel Ferreira poupou jogadores como Rony, um dos destaques da temporada, no domingo. Foram oito mudanças na equipe ao todo. “Não gosto de arranjar justificativas, a única coisa que posso dizer é que desde que cheguei não temos tempo para treinar, não consigo fazer exercícios. A única forma que eu tenho é treino tático específico parado e audiovisual, é assim que treino agora”, diz Abel, ao explicar o sufoco que o Palmeiras levou do Red Bull Bragantino.
A preocupação com lesões pode virar realidade se Gabriel Veron for vetado do jogo de quarta. O atacante Gabriel deixou o gramado chorando no domingo. Sentiu dores musculares na coxa direita que podem ser resultado do excessivo desgaste físico.
“Não dá para jogar de dois em dois dias. Acho que somos a única equipe que temos jogado de dois em dois dias, e isso tem riscos. Estamos no red line (linha vermelha). Tem o contexto não só da intensidade competitiva, do coronavírus”, afirma o treinador português, em tom de desabafo.
A “maratona” de jogos do Palmeiras teve início em agosto, três meses antes da chegada do técnico. Ainda com Vanderlei Luxemburgo, o time paulista iniciou uma sequência de jogos que impede ter ao menos uma semana livre para treinos. Nos últimos quatro meses a equipe entrou em campo no mínimo duas vezes por semana e encarou essa sequência sem nem poder mudar tanto as escalações.
E isso porque, em meio à série de jogos, o clube paulista sofreu um surto de covid-19 no elenco e na comissão técnica. Foram 22 jogadores infectados, o que exigiu malabarismos do treinador e de seus auxiliares para escalar o time e também para não sobrecarregar os atletas que conseguiram escapar do novo coronavírus.
Depois do confronto decisivo com o América, o Palmeiras voltará a campo no dia 5 de janeiro, para o duelo de ida da semifinal da Libertadores, contra o River Plate, em Buenos Aires. Antes do jogo da volta, marcado para o dia 12, o time paulista enfrentará o Sport, no dia 9, em Pernambuco, pelo Brasileirão.
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