SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – As investigações sobre a emboscada sofrida por integrantes da torcida organizada Máfia Azul, do Cruzeiro, em outubro, em Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo, apontam que ela foi meticulosamente planejada pela Mancha Alviverde, do Palmeiras. A uniformizada sempre negou envolvimento.
A reportagem teve aproximação aos autos do processo no qual Jorge Luis Sampaio Santos, que era o presidente da organizada quando o caso ocorreu, e outros palmeirenses são suspeitos de ter praticado homicídio e tentativa de homicídio contra cruzeirenses.
Nos documentos, consta a participação de mais de século integrantes da Mancha em todo o processo de planejamento e realização da emboscada. Consta também que os torcedores adulteraram placas de coche dias antes a término de dificultar a identificação.
Ainda segundo a investigação, um dia antes do ataque de 27 de outubro, um dos integrantes da Mancha foi ao lugar do violação, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, para entender o funcionamento da região. É um dos fatos que embasam o argumento de que foi uma ação planejada.
Jorge, que renunciou em dezembro à presidência da Mancha, é indicado pela polícia uma vez que o “mentor intelectual” da emboscada à Máfia Azul. Descrito uma vez que um tipo de “subida periculosidade”, ele seria o “principal interessado” no revide de um confronto anterior entre as organizadas, ocorrido em 2022, quando foi espancado e teve documentos roubados por cruzeirenses.
Ele não havia sido identificado nas gravações da emboscada quando teve o mandado de prisão expedido, mas outros indícios sustentaram o pedido das autoridades. A localização do celular do ex-presidente apontou que Jorge esteve no lugar onde ocorreu o ataque aos cruzeirenses.
Outrossim, segundo a investigação, um atacante foi gravado esbravejando o nome do logo presidente da Mancha enquanto chutava a cabeça de uma vítima: “É a tropa do Jorge!”.
Segundo seu jurisconsulto, Jacob Fruto, o ex-presidente da Mancha se declara simples. A organizada também já publicou nota negando ter armado a emboscada.
“Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de tapume de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de saudação e sossego que promovemos e defendemos”, disse, em nota.
Jorge se entregou à polícia em 11 de dezembro do ano pretérito em seguida mais de um mês fugido. Ele está recluso no meio de detenção provisória de Guarulhos II, mas sua resguardo solicitou a transferência à penitenciária de Tremembé para “asseverar sua integridade física”.
Divulgado uma vez que um “presídio seguro”, o de Tremembé abriga os presos de casos de midiáticos, famosos e ex-policiais. A resguardo de Jorge pediu a transferência por receio de o suspeito ser pego por integrantes de organizadas rivais.
O pedido não foi atendido pela Justiça, que converteu a prisão temporária em preventiva, tendo em vista antecedentes criminais de Jorge.