LEONARDO VOLPATO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Minha psique está fora do corpo, pois hoje será a primeira sessão pública de ‘O Auto da Compadecida 2’. Guardamos esse momento por 25 anos para repor ao público com carinho”.

 

Antes mesmo de a exibição em primeira mão do longa fundamentado na obra de Ariano Suassuna (1927-2014) iniciar para algumas centenas de privilegiados da CCXP, Matheus Nachtergaele, tradutor do icônico João Grilo, já alertava o público sobre as emoções que estavam por vir.

E ele tinha razão. Em pouco mais de 1h30, era provável ouvir aplausos, risadas, mas também qualquer pranto recatado. O filme chega no dia 25 de dezembro aos cinemas com sua segunda versão ainda mais emocionante sem perder as raízes.

“Estou muito emocionado. O maior presente de Natal virá da cultura para o povo”, disse o também emotivo Selton Mello, o Chicó, para delírio dos fãs que o aplaudiam com bastante exalo. “Gostoso”, gritou uma moça mais desinibida da primeira fileira para arrancar um riso um tanto quanto envergonhado do ator.

No longa, depois de 20 anos sumido, João Grilo, agora uma notoriedade sítio, retorna à pequena Taperoá para se juntar ao seu velho companheiro Chicó.

Disputado uma vez que principal cabo eleitoral pelos dois políticos mais poderosos da cidade, ele faz de tudo para finalmente utilizar o golpe que renderia muito numerário. Mas zero sai uma vez que planejado.

De negócio com João Suassuna, neto de Ariano que também estava presente no bate-papo com os fãs no espaço Thunder, a obra é a mais vista e revista do cinema pátrio desde 1999. “Meu avô se foi em 2014, e agora, 10 anos depois sua partida, eu sinto ele vivo, atual e pulsante.”

Ao final da sessão, o público viu os atores voltarem ao meio do palco para serem aplaudidos por três minutos de pé, ininterruptamente. Nachtergaele tinha mesmo razão. “Obrigado a todos, que esse filme seja digno de Ariano”, encerrou ele, com muitas lágrimas nos olhos.

Leia Também: Vizinhos se desesperam com barulho em condomínio de Davi Brito