Renana Jacob, Hadas Kalderon e B’atSheva Yahalomi são três mães que lutam pela sobrevivência de seus filhos, todos eles sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro.
“Somos três mães de uma pequena aldeia que vivia uma vida pacífica e acreditava na boa vizinhança. Do nada, sofremos um terrível ataque terrorista e nossa aldeia foi destruída. Não sobrou nada. Só queremos que nossos filhos estejam em casa. É por isso que estamos aqui”, afirmaram em entrevista ao The Guardian.
A missão das mães é simples: querem que seus filhos sejam trazidos para casa e que as crianças palestinas tenham um lugar seguro longe de Gaza. Elas defendem que nenhuma criança deve ser usada como moeda de troca em uma guerra.
Renana Jacob, que tem dois filhos de 16 e 12 anos, lembra o dia em que os filhos foram raptados. Ela estava visitando uma amiga quando ouviu o som de tiros e ligou para o filho. Os dois estavam escondidos em um quarto seguro dentro da casa. Através do telefonema, Jacob ouviu os membros do Hamas entrarem.
“Não me levem, por favor. Sou muito novo. Deixem-me”, foram as últimas palavras que Jacob ouviu o filho dizer. Desde então, tudo lhe faz lembrar os filhos e ela só reza para que eles ainda estejam reféns nos túneis de Gaza. Qualquer outra hipótese, ela diz, será muito pior.
Hadas Kalderon estava em casa sozinha, escondida, quando o Hamas atacou. Seus dois filhos, um menino e uma menina, estavam na casa do pai. Hadas conseguiu escapar, mas quando saiu do quarto secreto soube que todos os que estavam na casa do ex-marido haviam sido raptados. Dois deles, mortos no caminho para Gaza.
“Não posso fazer nada em relação a eles, mas quero salvar a vida dos que ainda estão vivos. Não temos tempo para chorar. Estou em piloto automático. Temos de salvar vidas. Agora. Nada mais importa”, afirma.
Yahalomi, uma professora, é a mais calma das três mulheres. Seu rosto não tem expressão e suas bochechas parecem encovadas pela dor. No dia 7 de outubro, ela e seus três filhos – o filho de 12 anos, Eitan, a filha Yael de 10 anos e uma bebê de 20 meses – foram raptados pelo Hamas. O marido de Yahalomi, Ohad, foi baleado na perna quando tentava impedir os combatentes do Hamas de invadir sua casa e ficou para trás.
A caminho de Gaza, o carro onde seguiam foi surpreendido por militares israelenses e Yahalomi e as duas filhas caíram.
“Desde aquele dia, nunca mais voltei a ver o Eitan”, lembra, revelando que o marido desapareceu e ela não sabe se ele está morto ou vivo.
Ao longo dos anos, essas três mulheres fizeram amizade com palestinos. Sonhavam com a solução de dois Estados. Viver a um quilômetro e meio de Gaza era, por si só, uma declaração de esperança.
Hoje, elas são o rosto da tragédia que se abateu sobre suas vidas. São três das muitas mães e mulheres que não sabem o que aconteceu aos filhos, maridos e outros familiares.
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