Em Curitiba (PR), mãe e filha se inscreveram para o vestibular, estudaram, fizeram a prova e foram aprovadas – em todas essas etapas, sempre juntas! – para o curso de Engenharia Industrial Madeireira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Até o nome delas apareceu em conjunto na lista de aprovados, por conta da ordem alfabética.
Andréa Saad Grape, de 48 anos, e Amanda Saad Grape, de 21, são as novas calouras do Centro Politécnico.
Em entrevista ao portal G1, elas disseram que estão ligadas academicamente há bastante tempo. Isso porque, de certa forma, mãe e filha estudaram juntas de 2009 a 2012, quando Andréa tinha 36 anos e Amanda, 9.
Curiosamente, nessa época Andréa cursava a mesma engenharia para qual foi aprovada neste ano com Amanda. Ela levava a filha, ainda criança, para dentro da classe.
Por conta de problemas que surgiram ao longo da graduação, a mãe precisou trancar o curso. “Ela já me acompanhava junto na faculdade quando não tinha aula na escola. Estava no fundamental. Ficava na sala junto, explorava biblioteca, laboratório […] Eu ficava em um laboratório de anatomia às vezes, e ela ficava lá comigo, selecionando livros, colando plaquinhas […] Sempre fomos próximas”, lembrou.
Caminho até a universidade
No ano passado, mãe e filha decidiram prestar o Vestibular com o objetivo de mudarem de carreira. Hoje, Amanda trabalha como gestora de T.I., enquanto Andréa é tecnóloga em Recursos Humanos, mas trabalha como diarista.
“Foi um estudo por conta. Quando ela [Andréa] passou a primeira vez, fez cursinho na paróquia aqui perto de casa. E em 2021, por conta da pandemia e tudo, eu sabia que tinha cursinho solidário que dava aula online, no YouTube. A gente foi pegando aos poucos, encaixando na rotina”, lembrou Amanda.
Ela e a mãe descobriram que haviam sido aprovadas na UFPR no dia 23 de março. “Eu [Amanda] estava no banheiro do trabalho. Aí eu vi a lista e comecei a gritar. Daí o pessoal saiu correndo e perguntou ‘Nossa, aconteceu alguma coisa?’. E eu disse: não, eu passei na federal com a minha mãe […] Aí eu liguei pra ela e contei”, disse.
Num primeiro momento, Andréa achava que apenas a filha passaria na graduação, por ser mais nova. “Foi uma loucura. Eu imaginava que ela fosse passar, porque era mais jovem e tal. Mas era um sonho meu continuar, voltar a federal. Só que eu não sabia se eu estava preparada pra isso ainda. Daí ela chegou pra mim e disse ‘Mãe, vamos nos inscrever pra federal juntas?’ e eu disse ‘Tá bom, vamos’”, contou.
O dia a dia de estudos até a aprovação foi “normal”, avaliam Andréa e Amanda. Por meses, elas leram materiais que tinham em casa e conteúdos na internet.
A rotina acadêmica era conciliada com o trabalho de ambas, de 8 horas diárias.
“Agora que fomos admitidas, na maioria das vezes a gente vai sair do trabalho, vai direto para o campus e vai voltar perto de meia noite”, estimou Amanda.
“Vamos dormir em casa, quando for possível dormir […] Sempre tem que ter uma luta pra gente conseguir vencer. A vitória vai vir”, complementou a mãe.
Fonte: CBN Curitiba
Fotos: Arquivo pessoal
EDUCAÇÃO – Razões para Acreditar