Macron diz que antecipação de eleições aumentou instabilidade na França

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da França, Emmanuel Macron, admitiu pela primeira vez que sua decisão de antecipar as eleições parlamentares, em junho, ajudou a aumentar a instabilidade política no país.

 

“A lucidez e a humildade me obrigam a reconhecer que, neste momento, essa decisão produziu mais instabilidade do que tranquilidade. E eu reconheço isso plenamente”, disse Macron em oração na TV antes das comemorações do Ano-Novo.

“A rescisão causou mais divisões na Plenário do que soluções para o povo francesismo”, acrescentou ele, no mais evidente mea-culpa desde a realização do pleito.

Em junho, Macron decidiu dissolver a Plenário Pátrio e convocar novas eleições legislativas sob o argumento de que havia “urgência de esclarecer” a situação política do país. A medida ocorreu depois que o seu partido teve resultado ruim nas eleições do Parlamento Europeu.

Também nesta terça o presidente afirmou que os franceses terão de sentenciar sobre alguns “temas cruciais” para o país em 2025, sugerindo a possibilidade de convocar consultas ou referendos para superar os impasses políticos.

“A esperança, a prosperidade e a tranquilidade do próximo quarto de século dependem das nossas escolhas de hoje. É por isso que em 2025 […] pedirei que decidam sobre certos temas cruciais”, afirmou Macron.

O presidente francesismo também pediu aos europeus que “deixem para trás a ingenuidade”, principalmente em áreas porquê negócio e cultivação.

Sem mencionar diretamente o recente entendimento entre os países do Mercosul e a União Europeia (UE), Macron, crítico desse pacto que ele considera prejudicial aos agricultores franceses, pediu para “proferir não às leis comerciais ditadas por outros”.

Posteriormente 25 anos de tortuosas negociações, Mercosul e UE concluíram em dezembro um entendimento de livre-comércio que integrará um mercado gigantesco abrangendo mais de 700 milhões de pessoas.

O entendimento, negociado do lado da UE pela Percentagem Europeia, o braço executivo do conjunto, e não pelos Estados-membros, agora precisa ser ratificado pelos países que a compõem.

O pronunciamento encerra um 2024 tumultuado para Macron. Em junho, o presidente francesismo dissolveu o Legislativo posteriormente os ganhos da ultradireita no pleito para o Parlamento Europeu.

Sua esperança era formar uma novidade e robusta maioria, aproveitando a ramificação da esquerda e o temor de uma vitória da ultradireita. O tiro saiu pela culatra, no entanto. As eleições antecipadas deixaram o Parlamento sem uma maioria clara e dividida em três blocos: esquerda, centro-direita e ultradireita.

Em 4 de dezembro, outro capítulo da prolongada crise política francesa fez com que o país ficasse novamente sem primeiro-ministro, unicamente 90 dias depois da nomeação de Michel Barnier. As duas extremidades do plenário da Plenário Pátrio, esquerda e ultradireita, aprovaram uma moção de increpação ao governo.

Posteriormente a queda de Barnier, Macron nomeou no último dia 13 seu coligado centrista e político veterano François Bayrou porquê primeiro-ministro, com o repto de reunir uma maioria parlamentar que impeça sua queda e agrave ainda mais a crise política. Bayrou, porém, conta unicamente com o pedestal de uma coalizão minoritária formada por centristas e conservadores.