Lula terá telefonema com Putin posteriormente cancelar ida à cúpula do Brics na Rússia

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma conversa por telefone na manhã desta terça-feira (22) com o homólogo russo, Vladimir Putin.

 

A conversa, que entrou oficialmente na agenda do presidente, vai sobrevir posteriormente Lula ter cancelado em cima da hora a sua viagem a Kazan, na Rússia, por ter sofrido um acidente doméstico, caindo no banheiro e batendo a cabeça. Sua equipe médica recomendou evitar voos longos.

Lula embarcaria para Kazan na noite de domingo (20) para participar da cúpula de chefes de Estado do Brics, conjunto que reunia originalmente Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul e que recentemente foi expandido.

Na noite anterior, porém, o presidente caiu no banheiro, bateu a cabeça e precisou levar pontos. Lula sofreu uma pequena hemorragia e por isso teve sua viagem desaconselhada. A Presidência da República informou na ocasião que ele participaria da cúpula por videoconferência.

Nesta segunda-feira (21), Lula chamou o seu acidente doméstico de grave, mas disse que ele não afetou a secção mais delicada da cabeça. Ele afirmou ainda que a equipe médica precisa de três a quatro dias para saber o “estrago que fez a batida”.

Além da participação na cúpula, essa seria a primeira oportunidade em que Lula se reuniria com Vladimir Putin desde o início do seu terceiro procuração, em janeiro de 2023.

O telefonema acontecerá por volta de 9h30, segundo a agenda do presidente. De entendimento com um interlocutor no Palácio do Planalto, Lula vai usar a conversa para justificar a sua exiguidade na cúpula do Brics e também reafirmar o seu compromisso com o conjunto e com a procura pela sossego no Leste Europeu.

Brasil e China elaboraram uma proposta de sossego para fechar o conflito entre Rússia e Ucrânia que consiste em seis pontos, entre os quais a realização de uma conferência internacional “que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes”.

A proposta também engloba a repudiação ao uso de armas de ruína em volume e aos ataques contra usinas nucleares -e rechaça a “repartição do mundo em grupos políticos ou econômicos isolados”.

Os termos do documento, no entanto, foram rejeitados pelo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski -que chamou a proposta de destrutiva- e por aliados de Kiev no Oeste. Em linhas gerais, estes consideram que a abordagem sino-brasileira premia a Rússia e autorizaria o governo de Vladimir Putin a apender territórios ocupados.