(FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) fará reunião ministerial nesta segunda-feira (20) para substanciar a cobrança e a pressa por entregas dos ministérios nesta segunda metade do governo. O encontro, que é o primeiro do ano, também ocorre sob a perspectiva de uma reforma no primeiro escalão do governo.
A reunião começa de manhã na Granja do Torto e deve resistir todo o dia. Estão previstos ministros e líderes do governo no Congresso Vernáculo.
Uma vez que de praxe, Lula abre o encontro com uma fala inicial, que deve ser transmitida. A expectativa de aliados do presidente é de que ele destaque os índices positivos e realizações do governo nos últimos dois anos, mas que imponha uma maior rapidez nas entregas daqui para frente.
O presidente quer passar a mensagem de que o governo chegou na sua reta final, será preciso açodar as medidas e, sobretudo, dar visibilidade de forma alinhada com a Secom (Secretaria de Notícia da Presidência). A mais recente crise do Pix reforçou no Planalto a teoria de que é preciso um exposição mais unificado na Esplanada.
O governo recuou da norma da Receita Federalista que ampliaria a fiscalização sobre transações de pessoas físicas por meio desse tipo de transferência que somassem ao menos R$ 5.000 por mês, depois ataques da oposição e uma vaga de desinformações sobre a medida.
Está prevista entre as falas de introdução do encontro a do novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira, primeira vez para todo o primeiro escalão do governo. Ele tomou posse na terça-feira passada e já enfrentou a crise do Pix.
Uma vez que a Folha de S.Paulo mostrou, um dos seus primeiros atos adiante da pasta foi encomendar uma campanha com foco em autônomos e empreendedores, depois diagnosticar grande desgaste com esse público. Na avaliação de aliados do presidente, o diálogo com o segmento já era difícil e piorou ainda mais com a disseminação de fake news sobre a taxação do Pix.
Um dos principais desafios de Sidônio, segundo integrantes do governo, será justamente de alinhar o exposição da Esplanada. Há no Palácio do Planalto um entendimento de que muitos ministros ao proporem uma medida ou tomarem uma decisão nem sempre estão alinhados com o núcleo de governo, ou seja, com o que o presidente quer.
Além de Lula e Sidônio, Rui Costa (Moradia Social) e Fernando Haddad (Quinta) participarão das falas iniciais. Mas todos os ministros vão apresentar, brevemente, um balanço de suas pastas e uma projeção para 2025.
Lula tem o hábito de usar sua mediação para dar broncas nos seus auxiliares, o que poderia já sinalizar para eventuais trocas nos ministérios, esperadas para as próximas semanas. Apesar disso, ministros dizem, reservadamente, que ele não deve abordar a reforma em si.
O patrão da Moradia Social, Rui Costa, chegou a manifestar em entrevista recente que Lula poderia concluir as trocas até a reunião ministerial, o que não ocorreu.
“O presidente está focando em aprimorar a gestão. Portanto, há indicativo que as mudanças que o presidente quer fazer eventuais mudanças ainda neste mês, até para que quem entrar possa ter mais tempo de fazer alterações que presidente espera”, disse no último dia 9.
“Teremos reunião de ministério dia 21 e eventualmente alterações, se o presidente assim sentenciar, podem ser feitas antes dessa reunião ministerial”, completou. O encontro acabou marcado para segunda-feira (20).
Auxiliares do presidente acreditam que a previsão de Rui Costa foi feita de uma perspectiva de que seria melhor já realizar a reunião com os novos titulares. Apesar disso, a expectativa é de que as trocas devem demorar mais duas semanas.
Lula, na semana passada, determinou o início de negociações com partidos da base aliada para realizar uma reforma ministerial.
A expectativa é que as conversas ocorram nas próximas duas semanas para que o redesenho do primeiro escalão do governo esteja traçado depois as eleições para as presidências da Câmara e do Senado.
O presidente se reuniu na quinta-feira (16) com o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Ele orientou o facilitar a discutir com as legendas que estão na Esplanada dos Ministérios possíveis trocas nas pastas que elas já ocupam, além de outras reivindicações.
A ordem dada pelo presidente dá contornos mais claros às mudanças que ele pretende fazer para a segunda metade de seu procuração. Até logo, havia desde apostas em mudanças pontuais a alterações mais abrangentes, passando por substituições que se restringissem ao PT, num primeiro momento.
Há uma expectativa desde o ano pretérito para novas trocas na Esplanada que contemplem mais partidos da base aliada, uma vez que forma de ampliar o espeque ao governo no Congresso e estabelecer as bases para uma federação que deve sustentar a candidatura governista na eleição presidencial de 2026.
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