BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) falou nesta quinta-feira (16) em pessoas que são “travestidas de políticos” e que tentaram dar golpe em 8 de janeiro de 2023, em menção velada à oposição.
Ele defendeu ainda que é preciso enfrentar a patranha, porque a democracia no mundo inteiro está sob risco de retorno do fascismo e do nazismo.
A enunciação foi dada durante sanção da regulamentação da reforma tributária no Palácio do Planalto. A fala ocorre na esteira de uma semana de roteiro para o governo federalista para a oposição com recuo em medida da Receita Federalista sobre o Pix posteriormente uma vaga de fake news.
“Não temos que ter temor de enfrentar patranha, não temos que ter nenhuma preocupação de enfrentar pessoas travestidas de políticos que na verdade tentaram dar golpe neste país em 8 de janeiro”, disse Lula.
“Não temos que ter temor de enfrentar patranha de fake news, fazer debate, disputa, cada dia, minuto, hora. Porque se a gente perde, o sistema democrático está correndo risco no mundo inteiro, a gente vai voltar uma coisa que não queremos, fascismo, nazismo e a violência e desrespeito a direitos humanos, mulheres, negros e pobres do mundo inteiro”, completou.
Uma vez que a Folha de S.Paulo mostrou, o presidente se irritou com a meio da crise que culminou com a revogação da norma da Receita Federalista que ampliaria a fiscalização sobre transações via Pix, segundo relato de aliados.
Dentro e fora do Palácio do Planalto, a avaliação é a de que o governo sofreu uma roteiro para a oposição, posteriormente uma sucessão de erros, no debate sobre a fiscalização do Pix.
Entre os pontos criticados, está o roupa de uma medida dessa magnitude ter recebido um tratamento burocrático da equipe econômica, sem a definição de uma estratégia de informação. O presidente e a Mansão Social afirmam que não tinham conhecimento da medida até a repercussão nas redes sociais.
A principal pecha que a oposição procura grudar no governo é de que é uma gestão que gosta de impostos e de taxar. Nos últimos dias, viralizaram vídeos e publicações críticas ao governo quanto à medida do Pix.
O principal deles foi o do deputado federalista Nikolas Ferreira (PL-MG), em que ele afirma que o governo “só está pensando em receptar, sem te oferecer zero” e fala em “quebra de sigilo mascarado de transparência”.
Depois reuniões descritas porquê tensas, Lula fez um conta político ao revogar a norma. Embora o ministro da Rancho, Fernando Haddad, tenha defendido o valor da medida até a manhã de quarta-feira (15), quando teve a primeira reunião com o presidente, pesou o argumento de que uma campanha publicitária já não seria mais suficiente para estagnar a vaga de críticas à medida e fake news.
A contragosto, o presidente aceitou o recuo -comemorado pela oposição- para vedar o clima de suspeição na população e o risco de fuga de verba do sistema financeiro.
O ministro-chefe da Secom, Sidônio Palmeira, é assinalado porquê um dos principais defensores da revogação, com o suporte de Rui Costa (Mansão Social) -que conversou sobre o tema antes de entrar de férias, na quarta.