BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) defendeu a deputada federalista e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), cotada uma vez que novidade ministra de seu governo, mas negou que tenha definido trocas até cá.

 

“[Ela] tem quesito de ser ministra em muitos cargos, mas, até agora, não tem zero definido. Não sentei para permanecer pensando se vou ou não trocar ministro”, disse.

“A Gleisi é um quadro refinado. Politicamente, tem pouca gente nesse país mais refinado que a Gleisi”, completou, lembrando que ela já foi ministra da Morada Social da ex-presidente Dilma Rousseff.

O petista concede entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. A conversa acontece em meio à mudança na Secom (Secretaria de Informação Social), com a chegada do publicitário Sidônio Palmeira, que já alertou aliados que pretende dar mais visibilidade ao presidente.

No encontro, o presidente afirmou também que quem quiser derrotar seu governo precisará ir para a rua.

“Digo sempre que quem quiser derrotar o meu governo tem que aprender a fazer luta de rua […] esse é meu tipo de governar e fazer com que as coisas deem evidente no Brasil”, afirmou.

“É mais fácil permanecer na internet mentindo, mas é muito difícil ter coragem de ir para a rua e discutir com povo as coisas que estão acontecendo no país”, seguiu.

Ele disse que quer derrotar “definitivamente a pataratice” no país.

“Não é verosímil o que está acontecendo no mundo com a democracia. Na verdade, a democracia será a grande derrotada se a gente permitir o incremento da extrema-direita uma vez que está a acontecendo”, afirmou.

Participam da entrevista os repórteres de veículos que fazem a cobertura diária do Palácio do Planalto. Dez profissionais foram sorteados para fazer perguntas ao presidente. Os veículos foram O Mundo, Rede TV!, TV Meio Setentrião, UOL, R7, ICL, Rádio Gaúcha, Platô, Broadcast e Valor.

POPULARIDADE

A entrevista de Lula é concedida na sequência de queda na avaliação do presidente em pesquisas recentes, ligando alerta no Palácio do Planalto. Levantamento da Quaest mostrou que pela primeira vez no terceiro procuração a avaliação negativa do governo Lula superou a positiva.

A pesquisa mostrou que 37% avaliam negativamente o governo, um incremento de seis pontos em relação à última sondagem, em um pausa de um mês e meio.

A gestão é considerada positiva por 31% dos entrevistados e avaliada uma vez que regular por 28%. Outros 4% não souberam ou não quiseram responder.

O governo colocou o preço dos mantimentos uma vez que a principal prioridade neste início de ano, com o próprio Lula cobrando seus ministros durante reunião ministerial. As ações, no entanto, já começaram com ruídos posteriormente fala do ministro Rui Costa (Morada Social) dizendo que o governo faria “intervenções” no preço, sugerindo medidas mais heterodoxas. O ministro depois recuou da fala.

Ou por outra, o governo deve enfrentar mais pressão com a possibilidade de um reajuste no preço do diesel, que pode impactar no preço do frete e dos produtos, além de dar margem para insatisfação de caminhoneiros, categoria com setores ligados ao bolsonarismo.

Por outro lado, o próprio Lula já declarou publicamente que “2026 já começou”, em referência às eleições presidenciais. No entanto, o mandatário colocou em incerteza durante reunião ministerial que será candidato à reeleição.