BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) disse, na manhã desta quinta-feira (30), que riu quando tomou conhecimento das críticas que recebeu do presidente pátrio do PSD, Gilberto Kassab, e defendeu o seu ministro da Quinta, Fernando Haddad.
Ele chamou Haddad de “inesperado” e lembrou as propostas aprovadas por ele no Congresso Pátrio, uma vez que a reforma tributária e o pacote de incisão de gastos.
“Ele [Haddad] convenceu todos do Congresso de que além de a gente satisfazer o tórax, a gente não poderia gastar mais de 2,5% de investimento. Isso é uma coisa extraordinária”, afirmou.
“Nós conseguimos a proeza, na verdade um milagre, que fizemos uma política tributária que vai entrar em vigor em 2027 para que o Brasil passe a ser mais atrativo para investimentos estrangeiros e mais seguro para os investimentos nacionais. Só por isso o Haddad devia ser elogiado pelo Kassab. Agora, eu não posso pedir para ele elogiar se ele não quer”, completou.
Na entrevista, Lula distorceu dados do seu desempenho no Congresso Pátrio dizendo que, mesmo com minoria da esquerda, seu governo foi o que mais aprovou medidas provisórias.
Na verdade, os dois anos do seu primeiro procuração registraram o pior desempenho de um governo no Congresso tanto em estudo de medidas provisórias uma vez que em vetos presidenciais.
O presidente ainda afirmou que quem criticou Haddad em razão do risco fiscal deveria pedir desculpas ao ministro.
“As pessoas que passaram o ano inteiro falando do famoso déficit fiscal deveriam pedir desculpas ao Haddad. ‘Haddad, desculpa, a gente não acreditou em você, a gente duvidou de você. Desculpa’. Mas não pedem. Porque as pessoas que falam coisas erradas, e depois não acontecem, não têm humildade para falar, ‘eu errei'”, disse.
Lula concedeu entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. A conversa acontece em meio à mudança na Secom (Secretaria de Informação Social), com a chegada do publicitário Sidônio Palmeira, que já alertou aliados que pretende dar mais visibilidade ao presidente.
Na quarta (29), o presidente pátrio do PSD, Gilberto Kassab, fez uma série de críticas ao governo federalista, em pessoal a Haddad. O cacique partidário também disse que Lula hoje não seria reeleito.
De conciliação com Kassab, o governo federalista tem cometido muitos erros na transporte da política econômica e não tem oferecido passos para corrigi-los. Segundo ele, se a eleição presidencial fosse hoje, Lula perderia.
“O PT não estaria na quesito de predilecto, mas na quesito de derrotado. Não vejo uma pronunciação para virar essa tendência de piora no cenário. Não vejo nenhuma marca boa, uma vez que teve FHC e o Lula nos primeiros mandatos”, afirmou.
Kassab também criticou a política econômica do governo e disse que o ministro Fernando Haddad é “fraco”.
“O que vemos hoje é uma dificuldade do ministro Haddad de comandar. Um ministro da economia fraco é sempre um péssimo indicativo”, disse durante evento do banco de investimento UBS BB, em São Paulo.
As críticas acontecem em meio à expectativa de reforma ministerial. O conjunto centrão procura continuar sobre algumas pastas e tenta emplacar o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, no Ministério da Lavradio. O ocupante atual do função é Carlos Fávaro (PSD-MT).
Ou por outra, a bancada da Câmara do PSD se sente pouco representada com somente o Ministério da Pesca, com André de Paula.
Participam da entrevista os repórteres de veículos que fazem a cobertura diária do Palácio do Planalto. Dez profissionais foram sorteados para fazer perguntas ao presidente. Os veículos foram O Mundo, Rede TV!, TV Meio Setentrião, UOL, R7, ICL, Rádio Gaúcha, Platô, Broadcast e Valor.