LAURA LEWER
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Logo depois de sua estreia no palco Mundo, o principal do Rock in Rio -que quase não aconteceu por causa de um impasse com a produção do festival-, Ludmilla disse que se sentia feliz e que “até Beyoncé passa por esse tipo de problema”. Mas também falou que, mais cedo, passou muita raiva.
Na tarde desta sexta, 13, primeiro dia desta edição do festival carioca, incertezas sobre o show da artista começaram a circular. A Folha de S.Paulo apurou que ela teve parte de sua estrutura do palco -uma plataforma suspensa e uma passarela- vetada horas antes da apresentação, o que a teria feito considerar o cancelamento da apresentação.
Depois que a história circulou, o Rock in Rio confirmou a apresentação e disse que adaptações seriam feitas para garantir mais segurança. Ludmilla fez o show, mas não conseguiu montar a estrutura que esperava.
“Aconteceram vários imprevistos atrás do palco”, disse em entrevista coletiva no backstage do evento. “Tinha muita coisa que eu gostaria de ter feito ali em cima, inclusive me atrasei porque a gente estava tentando montar uma estrutura que foi toda mudada ali atrás. Mas no final foi incrível porque a gente sempre vence, não adianta”.
A apresentação desta noite era esperada pela carioca e por seus fãs há anos. Em 2022, ela fez uma estreia bem sucedida no evento, mas tocou no palco Sunset, que é menor -o que gerou comentários de que ela havia sido subestimada pelo festival. Durante o show de hoje, falou que “depois de tanto tempo finalmente” havia alcançado o maior posto do Rock in Rio.
Ludmilla disse que artistas como ela, que gostam de experimentar e criar ao vivo, estão sujeitos a situações como a de hoje. “Não foi a primeira vez e não vai ser a última. Até a Beyoncé, que é consagrada no mundo todo, passa por esse tipo de problema”, afirmou. “Eu tava puta pra caralho, mas agora tô feliz porque acho que tinha um monte de gente querendo estar no meu lugar, passando a raiva que eu tava passando”.
A carioca também disse que se resolveu com a organização do festival antes de subir ao palco. “Teve um pouco de falha de comunicação, mas a gente conversou e o Roberto Medina [criador do Rock in Rio] me mandou uma mensagem no final do show elogiando”.
Ela, no entanto, não contou detalhes sobre o veto à estrutura. A reportagem apurou que o uso de sua passarela teria sido negada pelo Rock in Rio a pedido do rapper Travis Scott, atração principal de hoje, que queria ser o único a usá-la. “Acho que a melhor pessoa para responder sobre isso é o organizador do festival. Acho que ele vai poder responder muito bem”, disse.
Na visão de Ludmilla, o saldo de sua apresentação, que levou pagode, funk, pop e R&B ao palco principal do Rock in Rio pela primeira vez, foi positivo. “Eu gostei demais da entrega. Quando o público devolve aquela energia toda você acaba esquecendo todos os problemas”, disse.