(FOLHAPRESS) – Se tem um tanto que muitos brasileiros gostam é de ver e ouvir estrangeiros elogiando o país. Mesmo referto de defeitos, com falta de segurança, violência e problemas econômicos, o povo adora se gabar de que é o mais lícito e entusiasmado do mundo. Lea Maria, 29, que se define uma vez que “alemã de cria”, tem se beneficiado disso.

 

A humorista e influenciadora alemã faz vídeos nas redes sociais sobre sua experiência uma vez que gringa no Brasil para mais de um milhão de seguidores. Ela também faz espetáculos de humor nas capitais brasileiras para plateias lotadas. Em 10 de outubro, gravou o próprio “Alemã de Cria”, que será lançado em dezembro no seu ducto do YouTube.

Lea grava vídeos nas praias cariocas, elogiando as “lojas de conveniência” que se pode encontrar ao lado do mar: tem biscoito de tapioca, protetor solar, mate com limão, churrasquinho e o que mais se precisar. Em São Paulo, ela sai pelos bares da Vila Madalena bebendo cerveja em copos americanos. Nas Olimpíadas, vibrou mais com os brasileiros medalhistas do que com os alemães, que não pulavam nem gritavam depois as vitórias.

Europa? Agora só de férias. A passeio na Espanha, em Portugal ou na Alemanha, Lea brinca que lá as roupas são sóbrias demais e as pessoas, sérias demais. Pelo menos não há risco de rapina -o maior transe é, nesse caso, a depressão.

A humorista conheceu os primeiros amigos brasileiros na Novidade Zelândia, que despertaram sua curiosidade em saber o país de povo caloroso: “Naquele momento, pensei: ‘Quero fazer segmento desta bagunça, quero estar mais envolvida com pessoas, vivendo a vida real'”.

Há sete anos ela chegou no Brasil, inicialmente, para fazer um intercâmbio na USP (Universidade de São Paulo). Lá, estudou antropologia, o que contribuiu com uma base teórica sobre a cultura brasileira. “Adoro viajar e comecei a me interessar pelas culturas. O Brasil é uma mistura de culturas do mundo inteiro em um único país”, avalia.

Foram os amigos de Lea que a incentivaram a racontar suas histórias, que envolviam o melhor e o pior das experiências brasileiras, na forma de piadas. Ela começou a liderar um clube de comédia e a se apresentar em casas de stand-up. Durante a pandemia, migrou para a internet. “Meu stand-up viralizou e eu precisei captar numerário de alguma forma”, contou.

No início, Lea não entendia uma vocábulo em português. Aos poucos, foi aprendendo a falar -não sem alguns erros, que vinham sempre acompanhados de um observação (uma vez que “que sotaque fofo”) e acabaram se tornando piadas em seus próprios shows. “Com o tempo, eu fui entendendo: por que me incomodar com o que eu erro? Isso vira piada.”

Foi mal a humorista foi criando uma relação com o público brasiliano e aprendendo o que seria piada para nós, ou não. “Um exemplo do que a galera sempre fica problematizando é a política, muito polarizada cá. E, aí, não interessa para qual lado você faz piada, você logo já é categorizado uma vez que liso e se restringe. Na verdade, a sátira deveria intercorrer em qualquer momento, de qualquer lado, com quem está no poder ou não”, opina.

As relações com brasileiros também viraram amorosas. Lea aprendeu que somos capazes de fabricar várias categorias para relacionamentos “Tipo, eu tenho um caso com você, mas eu posso ter outros em cinco outras cidades. Ficantes, conversantes, amigos coloridos e mais”, diverte-se.

A alemã disse que só perdeu a crédito para ter relacionamentos monogâmicos com homens do Brasil. O veste se deve à experiência difícil de uma relação violenta. Lea era casada com o comediante Juliano Gaspar, de quem se divorciou depois tê-lo denunciado por agressão no início de 2023 –ele nega que isso tenha ocorrido.

“O caso está em sigilo, logo é complicado, mas é um processo demorado em qualquer país”, diz ela, que espera ainda por punição do ex-marido. “Vou ter que focar, enquanto isso, na minha curso, fazer as minhas coisas e, na hora certa, eu vou conseguir resolver.”

Em seguida sete anos sendo a “alemã de cria”, Lea se despede da atual turnê com shows em Sorocaba (SP), no final deste mês, e no Paraná, entre os dias 7 e 10 de novembro. “A partir de agora, vou realizar outros projetos, outras áreas que eu consigo explorar”, adianta.

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