Laranja acumula maior inflação desde 1995 com impacto do clima

(FOLHAPRESS) – Está mais custoso para o brasílio preparar o tradicional suco de laranja. Nos 12 meses encerrados em setembro, a fruta acumulou inflação de 62,51%, de contrato com o IPCA (Índice Vernáculo de Preços ao Consumidor Largo).

 

O IBGE (Instituto Brasílico de Geografia e Estatística), responsável pelo indicador, afirma que a subida é a maior desde junho de 1995, quando o Projecto Real começava a domar a hiperinflação no país. À quadra, a laranja acumulava aumento de 120,12% em 12 meses.

De contrato com o instituto, problemas climáticos recentes explicam secção da subida de 62,51%. Os dados são referentes à laranja-pera, que é a variedade da fruta que mais pesa no cômputo do IPCA.

“O aumento do preço da laranja tem sido observado desde o final de 2023. Isso está relacionado à menor produção de laranjas”, diz André Almeida, gerente do IPCA, em nota enviada pelo IBGE à reportagem.
Entre os fatores que contribuíram para a redução da safra, o técnico cita a doença de greening, que prejudica as plantações, o calor intenso e a falta de chuva.

“Tem havido uma maior demanda industrial pelo resultado, o que reduz ainda mais a disponibilidade da fruta in natureza ao consumidor final”, afirma Almeida. Segundo ele, as temperaturas elevadas em setembro aumentaram a procura pelo resultado.

O IPCA, considerado o índice solene de inflação do Brasil, abrange 377 subitens (bens e serviços). Nos 12 meses até setembro, unicamente a tangerina (100,6%), também chamada de mexerica ou bergamota, e a laranja-lima (68,99%) acumularam variações maiores do que a laranja-pera (62,51%).

A tangerina só é pesquisada em duas capitais e regiões metropolitanas (Curitiba e São Paulo), enquanto a laranja-lima, em uma (Belo Horizonte).

A inflação da laranja-pera, por sua vez, é investigada em 15 das 16 metrópoles que compõem o cômputo do IPCA.

Campo Grande é o sítio onde a fruta acumulou a maior subida nos 12 meses até setembro: 106,5%. Belo Horizonte (95,28%) e São Paulo (75,45%) vieram na sequência. A menor inflação da laranja-pera foi registrada na Grande Vitória (15,59%).

Ainda de contrato com o IPCA, a variação mensal dos preços do resultado no Brasil acelerou de 5,1% em agosto para 10,02% em setembro. A taxa mais recente é a maior desde abril de 2020 (10,93%).
Na semana passada, o Cepea (Meio de Estudos Avançados em Economia Aplicada) disse que a oferta limitada da fruta segue impulsionando os valores recebidos pelos produtores.

“Com a aquecida demanda industrial, a cotação no mercado in natureza também tem reagido”, afirmou a instituição.

De contrato com o Cepea, a laranja-pera foi negociada em setembro em novo patamar recorde, de R$ 115,10 por caixa de 40,8 quilos -valor na árvore, sem recontar a colheita. Houve aumento de 144,1% na conferência com o mesmo período do ano pretérito e de 16% perante agosto de 2024.

Em setembro, o Fundecitrus (Fundo de Resguardo da Citricultura) passou a projetar a safra de laranjas de 2024/2025 em 215,78 milhões de caixas de 40,8 quilos para o chamado cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais.

O oferecido indica uma subtracção de 16,6 milhões de caixas, 7% a menos do que o estimado em maio. O Fundecitrus disse que o tamanho menor das laranjas é uma consequência direta do clima quente e sequioso.

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