SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma pesquisa publicada nesta terça-feira (29) apresentou a atual vice-presidente e candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, com 48% das intenções de voto. O ex-presidente e candidato republicano, Donald Trump, aparece com 47%.
A uma semana da eleição, marcada para 5 de novembro, o empate técnico se mantém dentro da margem de erro, de 2,7 pontos percentuais, na pesquisa realizada pela TIPP -empresa com os levantamentos mais precisos do ciclo eleitoral de 2020, segundo o jornal Washington Post.
Os números do contextura pátrio, no entanto, podem não refletir o resultado final do pleito, já que o processo americano é fundamentado no sistema de Escola Eleitoral.
Os números mostram uma corrida mais acirrada do que nos últimos pleitos. Neste momento, a 7 dias da data solene, Kamala aparece com uma ligeira vantagem de 0,9 ponto percentual na média de pesquisas eleitorais do agregador RealClearPolitics. Em 2020, Joe Biden tinha 8 pontos de vantagem no mesmo período, e, em 2016, Hillary Clinton tinha 5,9 pontos percentuais de vanguarda.
Em ambos os casos, tanto com a vitória de Biden, em 2020, quanto com a rota de Hillary, em 2016, a campanha democrata observava uma vantagem considerável. A situação de Kamala, agora, é mais apertada.
Nos sete estados-pêndulo -aqueles que costumam interpolar entre democratas ou republicanos nas votações-, o cenário é dissemelhante. A média de pesquisas do mesmo agregador mostra Trump com 1,1 ponto de vantagem. Em 2020, Biden aparecia com 4 pontos avante; em 2016, Hillary liderava com 5 pontos.
Com esse quadro indefinido, as campanhas buscam recrutar eleitores ainda indecisos quanto à participação e à escolha de candidato. O levantamento da TIPP demonstrou os grupos em que Kamala e Trump têm ganhado mais espeque.
As maiores conquistas republicanas neste último ciclo pesquisado estão nos eleitores com ensino médio, na população negra e na parcela de cidadãos com mais de 65 anos. Por outro lado, a campanha democrata angariou mais espeque entre os possíveis eleitores que declaram ter qualquer nível de escolaridade e os que dizem não ser democratas ou republicanos -afirmam ser, nesse caso, independentes ou “outros”.
A pesquisa reafirma que os números não indicam nenhum resultado simples. Mesmo com a ligeira vantagem de Kamala, a vitória depende do número de delegados do Escola Eleitoral. Em 2016, por exemplo, Hillary Clinton perdeu para Trump mesmo tendo obtido muro de 3 milhões de votos a mais.
No sistema americano, cada estado tem um número de delegados definidos de tratado com o tamanho da população e a representação no Congresso. Na maioria dos casos, o candidato que obtiver a maioria do voto popular em determinado estado leva todos seus delegados, independente da diferença percentual. Nos estados-pêndulo, essa diferença deve ser decisiva para Kamala e Trump.
A pesquisa diária da TIPP ouviu 1.291 pessoas de 26 a 28 de outubro.