Justiça decreta prisão temporária de presidente da Mancha Alviverde e mais 5 por emboscada

A Justiça acatou os pedidos da Polícia Social e do Ministério Público de São Paulo para a prisão temporária (por até 30 dias) do presidente da Mancha Alvi Verdejante, Jorge Luis Sampaio e mais cinco suspeitos. Eles foram identificados uma vez que alguns dos integrantes da organizada do Palmeiras que participaram do ataque a membros da Máfia Azul, uniformizada do Cruzeiro, em uma emboscada na manhã do último domingo, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã.

 

Os pedidos de prisão foram feitos em seguida a identificação de envolvidos por meio de imagens gravadas pelos próprios palmeirenses e por câmeras da Guarda Social de Mairiporã. A Polícia cruzou as imagens com informações do banco de dados da Delegacia de Polícia de Repressão de Intolerância Esportiva (Drade), que coordena a investigação do caso. O Grupo de Atuação Próprio de Combate ao Delito Organizado (Gaeco) de Guarulhos também atua na investigação.

A emboscada terminou com a morte de José Victor Miranda, de 30 anos. Ele integrava um grupo da Máfia Azul, organizada do Cruzeiro, de Sete Lagoas (MG). Miranda chegou a ser internado no Hospital Querubim Gabriel, em Mairiporã, em estado gravíssimo em decorrência de ferimentos de queimaduras e não resistiu. Segundo a Polícia Rodoviária Federalista (PRF), que atendeu a ocorrência no dia, foi ateado queimada em um dos ônibus dos cruzeirenses.

Ao todo, foram contabilizados 17 feridos. Dois torcedores do Cruzeiro continuam internados. Um deles, no Hospital Querubim Gabriel, em Mairiporã. Ele tem quadro fixo e aguarda por cirurgia já marcada para esta semana na Santa Mansão de São Paulo. Um que estava no Hospital Estadual de Franco da Rocha teve subida nesta quarta-feira. Ainda há um paciente na unidade estadual, em estado grave.

O caso é entendido uma vez que uma “cobrança” dos palmeirenses por uma ação de torcedores do Cruzeiro contra integrantes da Mancha Alvi Verdejante em 2022, também na Fernão Dias. Na quadra, Jorge Luís Sampaio Santos teve sua carteirinha de sócio, documentos e cartões de créditos arrancados dos rivais durante o confronto, além de ter sido espancado e ter vídeos expostos nas redes sociais. A confusão terminou com quatro torcedores feridos a tiros.

A Máfia Azul se manifestou ainda na tarde de domingo. “Perda com honra, mas não vença por medo. O pranto da mãe do seu rival não traz a alegria da sua”, escreveu a uniformizada. A Mancha Alvi Verdejante nega o envolvimento na emboscada e diz ser acusada injustamente. “Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de muro de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de saudação e sossego que promovemos e defendemos”, diz trecho da nota divulgada.

Cruzeiro e Palmeiras também lamentaram o ocorrido. Os clubes não se enfrentaram no final de semana. A equipe mineira jogou no sábado, contra o Athletico-PR, em Curitiba. Já o Palmeiras recebeu o Fortaleza, em São Paulo.

A Mancha Alvi Verdejante está proibida de entrar em estádios de São Paulo a partir desta quarta-feira. A Federação Paulista de Futebol (FPF) acatou a recomendação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Próprio de Combate ao Delito Organizado (Gaeco).

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