SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça de São Paulo determinou que a Prevent Senior deposite R$ 1,92 milhão para arcar com os custos do tratamento contra a Covid-19 recebido pelo paciente Carlos Alberto Reis, 61, no Hospital Israelita Albert Einstein. A decisão é provisória e será contestada pela Prevent.
O aposentado foi internado a princípio em uma das unidades da Prevent em São Paulo, onde recebeu o chamado “kit Covid”, que contém medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da doença. De acordo com a decisão, ele não recebeu o tratamento adequado.
A prática da Prevent de distribuir o “kit Covid” levou a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) nesta semana a autuar a operadora, por ter encontrado indícios de que os pacientes não eram informados sobre os medicamentos.
No caso de Reis, os problemas se agravaram porque, mesmo com um quadro grave da doença, ele não foi transferido para uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Após intervenção de um médico de confiança da família, ele foi conduzido a uma unidade semi-intensiva, para pacientes que não precisam de monitoramento permanente.
Diante da atitude do hospital, a família optou por levar Reis para o Hospital Albert Einstein, o único que tinha leitos de UTI disponíveis na época. O aposentado teve alta dois meses após a internação -de acordo com a decisão, “por causa das intercorrências e atrasos no tratamento adequado no hospital Sancta Maggiore”, da rede da Prevent Senior.
A decisão do juiz Guilherme Santini Teodoro, da 30ª Vara Cível, é liminar. Ainda cabe recurso. A Prevent tem cinco dias para depositar os quase R$ 2 milhões na conta da esposa do paciente, sob pena de multa de 1% ao dia. O dinheiro será destinado ao pagamento das despesas do tratamento do aposentado no Einstein.
No processo, consta que a família tentou reunir recursos próprios e pedir dinheiro emprestado para familiares e amigos a fim de pagar o Hospital Albert Einsten, mas não atingiu a soma suficiente. Assim, decidiu entrar com a ação para que a Prevent Senior arque com os custos do tratamento.
O juiz afirma que há “elementos indicativos de falha em atendimento médico-hospitalar ao coautor”, referindo-se ao tratamento dado ao aposentado pela operadora no hospital Sancta Maggiore.
O magistrado declara que o quadro de “insuficiência respiratória, instabilidade hemodinâmica, sepse, piora progressiva e falta de bloqueador neuromuscular necessário para adequada ventilação”, sem que o paciente fosse transferido para uma unidade de tratamento intensivo, foi o que levou a família, após consentimento do médico de confiança, a pedir sua transferência para o Albert Einstein.
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