O julgamento de Christian Brückner, o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, foi adiado ao fim de apenas nove minutos por conta de publicações de uma juíza leiga, na rede social X (antigo Twitter), sobre o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Segundo o jornal alemão Bild, o julgamento começou com um atraso de 38 minutos devido à agitação da imprensa e do público, nas imediações, do tribunal de Braunschweig, na Alemanha.
No entanto, ainda antes de começarem a ser lidos os dados pessoais do acusado, a defesa pediu para intervir e levantou uma objeção contra uma juíza leiga – uma assessora do juiz do caso – que acusou de ser “tendenciosa” por opiniões sobre o ex-presidente brasileiro.
Em 2019, a responsável apelou à morte de Bolsonaro no X (na altura, Twitter), onde escreveu publicações como: “Matem esse demônio” e “Esse cretino deve ser destruído”.
Neste sentido, a equipe jurídica de Brückner considerou que a mulher não tinha condições para servir como juíza leiga, uma vez que as suas opiniões não são compatíveis com a Lei Fundamental da Alemanha.
O pedido para retirar a juíza leiga foi aceito e o julgamento, que durou apenas nove minutos, foi adiado para 23 de fevereiro.
Destaca-se que, de acordo com o sistema penal alemão, um juiz leigo é uma pessoa que auxilia um juiz num julgamento, normalmente são voluntários e não têm necessariamente conhecimento jurídico.
A situação gerou uma onda de críticas contra a Justiça alemã, que alega que apenas foram seguidas as leis e a juíza leiga afastada do caso.
Christian Brückner começou a ser julgado na Alemanha por acusações de estupros ocorridos entre 2000 e 2017 em Portugal. O julgamento não está relacionado com o desaparecimento de Maddie.
Segundo a imprensa alemã, Brückner é acusado de ter estuprado uma jovem irlandesa com ameaça de uma faca e outras duas mulheres não identificadas e de ter se masturbado em frente a uma menina de dez anos numa praia e em frente a várias crianças num parque infantil.
Caso venha a ser condenado, enfrenta uma pena de prisão de entre cinco a 15 anos.
Brückner é o principal suspeito no caso de Madeleine McCann e o Ministério Público alemão admitiu, no ano passado, a possibilidade de a menina, que desapareceu na Praia da Luz, no Algarve, estar morta.
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