Uma mulher de 22 anos foi surpreendida, em Maringá, no Paraná, por uma carta de um vizinho criticando as roupas que ela usava no condomínio.
No texto, o homem refere que “como pai de família” sentia “vergonha” e pediu à jovem que mudasse a forma de se comportar, ameaçando conversar com a dona do apartamento.
Ana Paula, que havia se mudado para aquele prédio apenas uma semana antes, contou que se sentiu “muito humilhada” e fez queixa na polícia.
“Eu me mudei para lá no dia 1 de maio, quando a situação aconteceu eu estava no prédio há poucos dias e, até aí, ainda não tinha conhecido ninguém“, conta, referindo que, quando chegou do trabalho e viu a carta deixada por baixo da porta, acreditou que se tratasse de uma mensagem de boas-vindas ou algo relacionado com a mudança. “Na hora em que li aquelas palavras comecei a sentir repulsa, nojo, comecei a chorar muito porque não queria acreditar naquilo”.
Na mensagem, o morador afirmava que no local moram pessoas de família e de várias religiões, e que por isso ela deveria “usar roupas adequadas”.
* carta de ASSÉDIO e INJÚRIA * venho compartilhar com vocês a carta que estava embaixo da minha porta hoje. Calúnia,…
Publicado por Ana Paula Benatti em Sexta-feira, 7 de maio de 2021
A jovem, que trabalha na unidade de cuidados intensivos de um hospital, explica que usa uniforme no trabalho e em casa está normalmente de blusinha e shorts.
Ana Paula conta ainda que, das únicas vezes que circulou pelo condomínio, foi para sair do prédio e, portanto, sente-se “vigiada” pelo vizinho.
“Eu acho que para ter me visto estava realmente cuidando da minha vida, me seguindo, porque como sabia o horário para colocar a carta sem eu estar em casa? Como sabia em que apartamento eu morava? Me senti perseguida, vigiada e invadida”, revela.
Ainda assim, Ana Paula recebeu o apoio dos responsáveis do condomínio, que no dia seguinte foram falar com ela.
“Me deram apoio, garantiram que vão ajudar no que precisar”, explicou ainda.
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