LISBOA, PORTUGAL (FOLHAPRESS) – O Ministério das Relações Exteriores anunciou, nesta quarta-feira (3), a realização de um novo voo extraordinário para brasileiros retidos em Portugal. A viagem entre Lisboa e Guarulhos acontecerá na próxima quarta-feira (10) e será operada pela TAP.
Um voo no sentido inverso, para repatriar portugueses no Brasil, está marcado para a quinta-feira seguinte (11).
Embora tenha sido negociado pelas autoridades, o Itamaraty informa que a operação é privada e que os agendamentos devem ser feitos diretamente com a companhia aérea.
“Os interessados devem tratar diretamente com a TAP da marcação ou do eventual reaproveitamento de bilhetes aéreos. Tendo em conta o estado de emergência e as restrições vigentes em Portugal, somente poderão ingressar no aeroporto os passageiros com bilhetes confirmados pela TAP”, diz em nota.
A proibição de viagens aéreas entre os dois países -determinada pelo governo português por conta da variante de Manaus do SARS-CoV-2- está em vigor desde 29 de janeiro e afetou centenas de brasileiros, a maioria imigrantes desempregados que já tinham passagem comprada para deixar o país.
Sem dinheiro, muitos já não têm onde morar e recorrem ao auxílio de instituições de assistência até para conseguirem comer.
Na última sexta-feira (26), após quase um mês de proibição, aconteceu o primeiro voo extraordinário autorizado pelo governo português.
A viagem, também operada pela TAP, foi criticada pelo preço dos bilhetes: em torno de 890 euros (cerca de R$ 6.176) apenas pelo trecho de ida. Mesmo assim, as vagas disponíveis esgotaram rapidamente. Até as vagas para transportar animais de estimação acabaram.
Segundo o Itamaraty, retornaram ao Brasil na ocasião 271 cidadãos brasileiros, além de 28 estrangeiros residentes no país.
A TAP chamou a atenção para o alto custo de operação de voos extraordinários, mas informou que a maior parte dos passageiros já tinham bilhetes pela companhia e puderam embarcar sem custo adicional.
Passageiros com passagens compradas pela Latam e pela Azul, que também operaram voos diretos entre Portugal e Brasil, queixam-se de estarem à margem das opções.
Muitos relatam não terem dinheiro para comprar novos bilhetes, seja junto à TAP ou para viagens com conexões em outros países.
Em audiência no Parlamento nesta quarta-feira (3), o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que todos os portugueses que precisem retornar ao país “por razões humanitárias” serão repatriados.
“Nós organizaremos os voos que forem necessários para repatriar os portugueses que têm de ser repatriados por razões humanitárias. Foi o que fizemos no inverno do ano passado, na primavera do ano passado, no verão do ano passado e é o que faremos este ano, sempre que for necessário”, disse.
Embora também fosse formalmente humanitário, o voo anterior, realizado no sábado (27) teve passagens custando mais de R$ 10 mil.
Em nota, o Consulado de Portugal em São Paulo afirma que os interessados em embarcar de volta a Portugal serão contactados pela companhia aérea.
“A TAP Air Portugal contactará os passageiros que, sendo portugueses ou cidadãos estrangeiros residentes em Portugal, foram afetados pela suspensão dos voos e manifestaram, junto dos postos consulares portugueses no Brasil, necessidade de regresso imediato a território nacional, não tendo tido ainda possibilidade de o fazer.”
A proibição das ligações aéreas entre Portugal e Brasil foi prorrogada até 16 de março e pode ser novamente estendida.
Até agora, pelo menos 7 casos da variante brasileira foram identificados no país, que está em lockdown desde 15 de janeiro.
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