Israel diz que 12 dos 18 mortos na Cisjordânia eram terroristas

O exército israelense identificou como supostos terroristas palestinos pelo menos 12 dos 18 mortos no ataque realizado na sexta-feira a um campo na cidade de Tulkarem, na Cisjordânia, elevando o número de vítimas divulgadas anteriormente.

 

Em uma atualização divulgada hoje, as Forças de Defesa de Israel (FDI) listaram mais nove supostos membros do Hamas entre os mortos: Majdi Salem, Ayman Tangi, Basel Naafa, Ahmad Gamal Obaid, Issam Kouzakh, Mahmoud Harwish, Tair Majdi Hussein Al-Lwisi, Anwar Muhammad Mousa Masimi e Ma’moun Anabtawi.

Esse ataque, considerado o mais mortal na Cisjordânia desde a Segunda Intifada (2000-2005) e condenado pela ONU, também incluiu a morte de um membro da Jihad Islâmica, identificado como Rakan Bilal. O Hamas e a Jihad Islâmica são grupos armados responsáveis pelos ataques em Israel no dia 7 de outubro, que resultaram na morte de 1.200 pessoas.

Entre as vítimas, as FDI identificaram Ghaith Radwan, apontado por Israel como um importante membro da Jihad Islâmica. No entanto, a mídia palestina sugere que ele fazia parte das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, o braço armado dissidente da Fatah, o principal partido da Autoridade Palestina.

O exército israelense destacou que o principal alvo da operação era Zahi Yasser Abdelrazaq Ufi, comandante do Hamas, que estaria planejando um ataque para o aniversário do início da ofensiva israelense contra Gaza em 7 de outubro. A morte de Ufi foi confirmada pelos serviços secretos, que o descreveram como uma “bomba-relógio”, de acordo com o jornal The Times of Israel.

As FDI afirmaram que Israel permanece em alerta para novos ataques do Hamas, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia, especialmente no período próximo ao aniversário do ataque de 7 de outubro.

As autoridades palestinas estimam que 18 pessoas morreram no último ataque israelense a Tulkarem. O jornal Filastin, ligado ao Hamas, confirmou a morte de um líder das Brigadas Al Qassam, apelidado de “O Dilúvio”, e informou que duas crianças também morreram nos bombardeios.

O porta-voz da presidência da Autoridade Palestina, Nabil Abou Rudeina, condenou o que chamou de “massacre” e responsabilizou o governo de Benjamin Netanyahu pelas “graves repercussões” desse ataque.

A ONU criticou a operação, qualificando-a como “ilegal” e mencionando o uso excessivo da força pelas forças israelenses na Cisjordânia, o que causou muitos feridos entre palestinos e destruiu edificações e infraestruturas.

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