SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou o emissário italiano nesta sexta-feira (3) para prestar esclarecimentos sobre a prisão de Mohammad Abedini, um empresário iraniano denunciado de envolvimento em um ataque de drones contra soldados dos Estados Unidos.
Teerã “instou a Itália a rejeitar a política de reféns dos EUA -que vai contra o recta internacional, principalmente os direitos humanos- e providenciar a libertação de Abedini o mais rápido provável e evitar danos aos laços bilaterais”, afirmou a prelo estatal iraniana.
A medida parece ser uma resposta a uma ação similar por secção da Itália na véspera, quinta-feira (2) -convocar embaixadores é uma reprimenda na linguagem diplomática.
Na ocasião, o chanceler Antonio Tajani chamou o emissário do Irã para exigir a “libertação imediata” da jornalista Cecilia Sala, 29, presa há duas semanas em Teerã em uma viagem de trabalho. Segundo a prelo italiana, a jornalista está isolada e foi obrigada a dormir no pavimento, além de ter sido privada de seus óculos.
Também na quinta, a embaixada do Irã em Roma afirmou que Sala estava tendo entrada a serviços humanitários básicos e, pela primeira vez, vinculou o caso da jornalista ao de Abedini.
Abedini foi recluso três dias antes de Sala, em 16 de dezembro, no aeroporto de Malpensa, em Milão. O iraniano era branco de um mandado dos EUA e é suspeito de fornecer partes de drones que Washington afirma terem sido usados em um ataque que matou três integrantes do Tropa americano na Jordânia.
Um tribunal deve resolver neste mês se concederá prisão domiciliar a ele enquanto juízes avaliam um pedido de extradição para os EUA. Teerã negou envolvimento no ataque.
Sala, por sua vez, recebeu a visitante da embaixadora italiana no Irã, Paola Amadei, e pôde entrar em contato com sua família, segundo o Irã. Ela foi detida em 19 de dezembro -um dia antes de seu retorno à Itália, previsto para dia 20-, acusada de violar “leis da República Islâmica”. Ela tinha visto de jornalista e está na prisão de Evin, em Teerã.
O Irã prendeu dezenas de cidadãos estrangeiros e com dupla nacionalidade em razão de acusações relacionadas a espionagem e segurança nos últimos anos. Grupos de direitos humanos acusam o país do Golfo de usar essas prisões para facilitar negociações com outros países, o que ele nega.