Os influenciadores Karine Gouveia e Paulo César Dias foram presos sob suspeita de suscitar danos a pacientes em uma clínica de estética em Goiânia. Segundo a Polícia Científica de Goiás, eles diluíam medicamentos para atender mais clientes e aumentar os lucros. O superintendente Ricardo Matos confirmou a prática em entrevista ao Fantástico, e mais de 60 pessoas já denunciaram o estabelecimento. A clínica cobrava valores muito aquém do mercado, uma vez que R$ 5 milénio por uma cirurgia de nariz, enquanto o preço médio do procedimento é R$ 30 milénio, segundo depoimentos.
Pacientes relataram graves sequelas posteriormente os procedimentos. O empresário Marcelo Santos contou que sentiu dores intensas durante uma cirurgia no nariz e, posteriormente duas tentativas fracassadas na clínica, enfrenta problemas psicológicos e altos custos para correções. A psicóloga Vânia Ribeiro revelou que gastou R$ 20 milénio em uma harmonização facial que resultou em danos graves, posteriormente receber óleo industrial em vez de ácido hialurônico. Outros pacientes relataram dores e cicatrizes permanentes. Investigações confirmaram o uso de materiais inadequados, uma vez que PMMA e silicone, e apontaram falta de habilitação dos profissionais.
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A investigação, iniciada em abril de 2024, levou ao fechamento das duas unidades da clínica em Goiânia e Anápolis pela Vigilância Sanitária, que documentou 18 irregularidades, incluindo falta de alvará e condições sanitárias precárias. O procurador Daniel Oliveira informou que os procedimentos eram realizados sem estrutura adequada e que pacientes sofreram lesões graves, com algumas aguardando cirurgias corretivas no SUS. Os donos da clínica também tinham bens bloqueados, totalizando R$ 2,5 milhões, além de um helicóptero estimado em R$ 8 milhões.
A resguardo dos acusados contesta as acusações e a prorrogação da prisão, afirmando que o parelha pode responder em liberdade. Advogados alegam que Karine e Paulo nunca tiveram a intenção de praticar crimes. Todavia, a Polícia Social segue investigando os crimes de organização criminosa, lesão corporal gravíssima e estelionato. O caso também levantou questões sobre a influência das redes sociais na captação de clientes e os riscos de realizar procedimentos com profissionais não habilitados.
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