SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado), conhecido como inflação do aluguel, subiu 4,10% em maio e acumulou alta de 37,04% no período de 12 meses, informou nesta sexta-feira (28) a FGV (Fundação Getulio Vargas).
A variação mensal de 4,10% é a maior observada desde novembro de 2002. Considerando a taxa acumulada em um ano, é a maior desde junho de 1995. Em abril, o IGP-M havia desacelerado graças a uma redução dos preços de combustíveis.
O resultado ficou ligeiramente acima da variação mensal de 4% e dos 36,91% no acumulado em 12 meses projetados por analistas ouvidos pela Bloomberg.
A variação do IGP-M de maio terá efeito sobre os contratos de locação com vencimento em junho. Caso os proprietários decidam aplicar integralmente o reajuste, um aluguel que hoje está em R$ 2.000 passará a custar R$ 2.740,8 no pagamento do mês de julho.
Segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), os preços de commodities negociadas em dólar voltaram a pressionar a inflação ao produtor, um dos três componentes do IGP-M. Para chegar ao índice, a FGV faz uma média das variações de preços ao consumidores, aos produtores e à construção civil.
O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) avançou 5,23% em maio. A maior influência veio do ciclo de aumentos do minério de ferro. De um recuo de 1,23%, em abril, ele subiu 20,64% neste mês.
Também pesaram no índice a cana de açúcar (18,65%) e o milho (10,48%). André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, diz que esses produtos, juntos, responderam por 62,9% da variação do IPA em maio.
Essas commodities integram o grupo de matérias-primas brutas, um dos integrantes da inflação do atacado. Em abril, elas tiveram alta de 1,28%. Neste mês, o salto foi de 10,15%.
O IPA corresponde a 60% da composição do IGP-M. Em 12 meses, ele acumula variação de 50,21%, a maior desde junho de 1995, quando variou 62,79%.
No IPC (Índice de Preços ao Consumidor), cinco das oito classes de despesas tiveram variação positiva em maio. A maior influência veio dos gastos com habitação, devido à alta da tarifa de energia elétrica. De um avanço de 0,06% em abril, a conta de luz saltou 4,38% em maio, na participação nos orçamentos familiares.
O outro componente do IGP-M, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção Civil) registrou alta de 1,80%. Todos os três componentes do índice, que são materiais e equipamentos, serviços e mão de obras tiveram variação positiva em maio.
Segundo a FGV, a alta acumulada entre materiais, equipamentos e serviços é de 27,02%. Em maio, as principais pressões sobre a inflação da construção vêm de tubos e conexões de ferro e aço -variação mensal de 9,40%- e de PVC, com alta de 5,37%.
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