SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um imigrante foi deportado dos EUA quando voltava da Austrália após ir ao país para participar do velório da irmã e espalhar as cinzas dela. O caso foi divulgado hoje pelo jornal The Guardian.
Jonathan, que preferiu não revelar o nome verdadeiro, foi detido e deportado em março. Ele afirma que possui um visto de trabalho válido por mais de um ano.

 

O australiano mora nos EUA há quase dez anos com a companheira. No momento, ele disse que está dormindo em um sofá.

Ele conta que, quando chegou no controle de fronteira no Texas, foi puxado e levado para uma sala. “Achei que simplesmente me dariam meu passaporte e me mandariam embora, ou talvez me fariam algumas perguntas, mas fizeram acusações bem absurdas. Disseram: ‘Sabemos que você tem dois celulares. Estamos rastreando suas ligações. Sabemos que você está vendendo drogas'”, lembra.

Os guardas pediram a senha do celular de Jonathan. “Pedi para falar com um advogado e me disseram que eu não tinha direito”.

Após cerca de seis horas aguardando, o australiano foi interrogado. O imigrante afirma que um agente sugeriu que ele carregava restos mortais humanos e chegou a acionar o Centro de Controle e Prevenção de Doenças para avaliação.

Depois, um funcionário disse que o visto dele havia sido cancelado e que ele estava proibido de entrar nos EUA por cinco anos. “Trump está de volta à cidade; estamos fazendo as coisas do jeito que sempre deveríamos ter feito”, afirmou o oficial.

Jonathan ainda aguardou por um dia e meio até ser deportado. “Não me deram nenhuma justificativa válida para cancelar meu visto. Conversei com vários advogados e todos disseram que eu poderia contestar, mas que custaria milhares e provavelmente levaria cinco anos de qualquer maneira”, lamentou o imigrante.

O imigrante salvadorenho Kilmar Garcia foi deportado por engano pelo governo Donald Trump. Na última sexta-feira (5), a Justiça determinou que ele seja levado de volta.

O governo Donald Trump classificou a deportação à Justiça como um erro administrativo. Os advogados afirmaram, antes da audiência de hoje, que não poderiam trazer Kilmar de volta porque os EUA não têm mais custódia sobre ele, além de acusá-lo de integrar a MS-13.

Um homem de 39 anos foi deportado dos EUA no mês passado enquanto voltava para o país de uma viagem ao México. Evenezer Cortez Martinez foi visitar o túmulo do avô e ficar ao lado da família.

Ele moveu uma ação contra a deportação no último dia 2, segundo a emissora CBS News. Martinez é beneficiário do programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA, na sigla em inglês), que concede vistos para moradia e trabalho a imigrantes que chegaram ao país com menos de 16 anos.