SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A aposentada Zélia Firmino, 81 anos, moradora de São José dos Campos, já tomou as duas doses da vacina contra a Covid-19. Seria motivo de comemoração caso a família não estivesse apreensiva pelo fato de que Zélia tomou a primeira dose da vacina de um fabricante e a segunda, de outro.
Apesar de sentir-se bem, sem nenhum sintoma adverso, os familiares questionam a real imunização da idosa e os procedimentos que devem ser tomados para garantir a saúde e proteção de Zélia. De acordo com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), fabricante brasileira da vacina AstraZeneca/Oxford, a aposentada não pode ser considerada devidamente imunizada.
No dia 15 de fevereiro, Zélia recebeu a primeira dose do imunizante da AstraZeneca/Oxford, na UBS do Jardim Paulista. Em 9 de março, quando a Prefeitura da cidade convocou os idosos para receber a segunda dose, a aposentada seguiu para o CEFE (Centro de Formação do Educador), onde funciona um drive thru, e tomou a segunda dose da Coronavac, do Instituto Butantan.
A sobrinha da aposentada, Tereza Cristina Félix, 60 anos, disse que a família foi informada sobre o erro assim que Zélia tomou a vacina. “Meu filho levou minha mãe e minha tia para tomarem a segunda dose. Assim que aplicaram na minha tia, viram que tinha sido a vacina errada e comunicaram meu filho sobre o ocorrido. Pediram que comunicássemos qualquer tipo de reação e que nos informariam como proceder posteriormente”, disse.
A sobrinha também afirmou que funcionários da Saúde entram em contato com a família e com a tia frequentemente para monitorar o caso. A assistência, porém, não deixa os familiares tranquilos. “Estão analisando para saber se ela vai tomar uma segunda dose e qual vai ser. Não prestaram atenção, acho que queriam ir embora mais cedo. Agora não sabemos o que fazer.”
De acordo com a Fiocruz, indivíduos que iniciaram a vacinação deverão completar o esquema com a mesma vacina. Por meio de nota, a Fundação informou que de acordo com o plano nacional de operacionalização da vacinação contra Covid-19, quem tomar duas vacinas diferentes deverá ser notificado como um “erro de imunização” e “serem acompanhados com relação ao desenvolvimento de eventos adversos e falhas vacinais. Esses indivíduos não poderão ser considerados como devidamente imunizados, no entanto, neste momento, não se recomenda a administração de doses adicionais de vacinas Covid-19”.
O Instituto Butantan, fabricante da Coronavac, informou que não há estudos sobre o uso da vacina em pessoas que tomaram outros imunizantes.
A Secretaria municipal de Saúde de São José dos Campos informou que está monitorando o estado de saúde da idosa e que até o momento não foi registrada nenhuma reação adversa. A Secretaria também afirmou que apura possíveis falhas na vacinação.
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