SÃO PAULO, SP E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O IBGE (Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística) anunciou na noite desta quinta-feira (23) a saída de duas diretoras na DGC (Diretoria de Geociências), conforme antecipado pela Folha.

 

Em enviado, o instituto disse que as servidoras Ivone Lopes Batista e Patricia do Amorim Vida Costa deixaram seus cargos de diretora e diretora-adjunta, respectivamente. Os cargos serão ocupados por Maria do Carmo Dias Bueno e Gustavo de Roble Cayres da Silva, também funcionários do órgão.

A exoneração de Ivone e Patricia já era aguardada em meio a divergências com a gestão Pochmann. A decisão partiu das próprias técnicas.

As trocas só não teriam sido confirmadas antes pela falta de nomes imediatos para substituição.

As mudanças ocorrem em meio a uma crise interna no instituto, sob o comando do economista Marcio Pochmann, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A turbulência se estende desde setembro do ano pretérito.

A crise ganhou força neste mês, quando dois diretores da DPE (Diretoria de Pesquisas) entregaram seus cargos no instituto. Divergências com a gestão Pochmann teriam pesado na decisão.

Uma epístola assinada por Ivone e Patricia circula nos bastidores do instituto. No documento, ao qual a reportagem teve chegada, as servidoras afirmam que comunicaram a decisão de repúdio à presidência do IBGE em 9 de dezembro.

“A pedido do presidente [Pochmann], concordamos em permanecer no incumbência por mais qualquer tempo até encontrarem novos nomes que ficariam adiante da diretoria, o que ocorreu nesta data”, diz o texto.

“Essa decisão foi tomada em razão de divergências em relação a medidas de gestão adotadas, muito porquê à forma porquê essas medidas têm sido conduzidas e comunicadas”, acrescenta.

Nesta semana, uma epístola assinada por gerentes e coordenadores de pesquisas afirmou que o clima no IBGE está “deteriorado” e que as lideranças encontram “sérias dificuldades” para realizar suas funções.

Eles cobram mais diálogo com o comando do órgão nas decisões, além da revisão de projetos da atual gestão, principalmente a geração da Instauração IBGE+, que poderá captar recursos privados para a produção de trabalhos.

A presidência do IBGE, por outro lado, rebateu as críticas sofridas ao longo dos últimos meses.

Em enviado, chegou a declarar na semana passada que o órgão é fim de “mentiras” por secção de trabalhadores, ex-funcionários e instituições sindicais. A revelação gerou indignação no corpo técnico.

Nesta quinta, a entidade sindical Assibge, que representa os trabalhadores do IBGE, afirmou que a direção do instituto quer forçá-la a uma mudança de nome, com a retirada da {sigla} IBGE dele.

O nome Assibge é usado porquê {sigla} para Sindicato Pátrio dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística. A entidade é considerada porta-voz dos servidores do IBGE.

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