SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Cinco novas empresas devem se solidificar com mais de US$ 1 trilhão em valor de mercado em 2025, indica levantamento da Informa Connect Academy. Elas se juntam a Microsoft, Apple, Nvidia, Alphabet, Amazon, Saudi Aramco e Meta no clube das empresas mais ricas do mundo.
O setor de semicondutores desponta com duas candidatas. A primeira é a taiwanesa TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company), que domina a produção mundial de chips avançados.
Ela se tornou estratégica no conflito geopolítico entre China e EUA, com americanos dependentes da empresa para fabricar processadores. Washington restringe o chegada da empresa ao mercado chinês enquanto subsidia a construção de fábricas da TSMC em solo americano.
“O clube do trilhão era submetido por empresas ligadas à internet, uma vez que Google, Microsoft e Apple. Agora, vemos a vaga das empresas ligadas à perceptibilidade sintético, uma vez que a Nvidia. Mas, por trás disso tudo, está a indústria dos semicondutores”, diz Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.
A outra aspirante ao título de trilionária no segmento de semicondutores é a Broadcom, da Califórnia. Começou produzindo chips para displays, filamento ótica e modems, e expandiu para fornecer tecnologias de processamento, conectividade e segurança do dedo para grandes empresas.
“Enquanto a nuvem da perceptibilidade sintético continuar favorável e não se criarem alternativas a essas empresas, elas continuarão muito posicionadas”, diz Tude.
A gestora Berkshire Hathaway é a terceira candidata. O conglomerado liderado pelo megainvestidor Warren Buffett tem portfólio com mais de 80 empresas, de serviços elétricos e transporte ferroviário até seguros e varejo. A empresa é dona das ações mais caras do mundo, com cada papel classe A batendo US$ 600 milénio em 2024.
Mas as operações da gestora se tornaram tão valiosas que analistas apontam sinais de saturação no potencial de ainda mais desenvolvimento.
Entre 2010 e 2023, o retorno anual da Berkshire Hathaway foi de 13%, inferior dos 15% do índice S&P 500, e o próprio Buffett já afirmou que não vê possibilidade de um “desempenho de tombar o queixo” na companhia. O grupo mantém carteira de mais de US$ 300 bilhões, com investimentos em setores tradicionais uma vez que bancos, seguros e bebidas.
Em tecnologia, a principal aposta é a Apple, que representa tapume de 30% do portfólio, além de participações menores em Amazon (0,6%) e algumas empresas de informação.
A farmacêutica Eli Lilly, operário de medicamentos para diabetes, cancro, doenças neurológicas, imunológicas e obesidade, também pode estar próxima de se solidificar com US$ 1 trilhão em valor de mercado.
Seu resultado de sucesso mais recente é o Mounjaro, medicamento para diabetes tipo 2 e perda de peso, que concorre com o Ozempic, da dinamarquesa Novo Nordisk -cotada para se tornar trilionária em 2026, segundo a Informa Connect Academy.
O setor farmacêutico é um dos que mais precisa investir em pesquisa, o que contribui para concentração de capital em grandes empresas, segundo Paulo Feldman, professor de economia na USP.
“Os investimentos são enormes, em pesquisas demoradas, que muitas vezes dão incorrecto. Não é para gente pequena”, diz.
A Eli Lilly já investiu mais de US$ 20 bilhões em fábricas desde 2020 para ampliar produção de medicamentos. Além da Novo Nordisk, enfrenta a concorrência de AstraZeneca e Pfizer, que devem lançar produtos para o mercado de perda de peso nos próximos anos.
Analistas preveem que o mercado de medicamentos para perda de peso pode atingir mais de US$ 100 bilhões anuais até 2030, mas fazem alerta para o inevitável declínio de patentes e a possibilidade de uma guerra de preços no setor.
Em julho, a Eli Lilly recebeu aprovação nos EUA para o Kisunla, medicamento contra Alzheimer em estágio inicial, e procura expandir o uso uma vez que tratamento preventivo.
A Tesla fecha o grupo de empresas que devem se solidificar uma vez que trilionárias, já tendo, inclusive, pretérito da marca com certa folga. As ações da operário de veículos elétricos tiveram valorização de quase 70% desde a eleição do presidente Donald Trump, em novembro.
A empresa também atua em vontade solar e baterias, investe em robotáxis autônomos e no desenvolvimento de modelos mais acessíveis de carros elétricos, para competir com empresas chinesas uma vez que BYD e Xiaomi.
“A indústria automobilística depende totalmente da tecnologia da informação. Os carros chineses atingiram nível de qualidade considerável e competem em dados e engenharia, o que preocupa governos ocidentais”, diz Marcos Fernandes, economista e professor da FGV.
Para proteger seus fabricantes, Europa e Estados Unidos impõem tarifas sobre veículos elétricos chineses. A União Europeia aprovou taxas de até 35,3%, enquanto nos EUA a tarifa é de 100% desde setembro de 2024.
No Brasil, a companhia de maior valor de mercado é a Petrobras, de aproximadamente R$ 520 bilhões (menos de US$ 90 bilhões).
“A Petrobras poderia estar entre as cinco maiores petroleiras do mundo em dez anos. Tem condições para isso, já está entre as dez maiores. Mas a pergunta é: isso é bom?”, diz Feldman, da USP.
O economista argumenta que o petróleo deve tombar em desuso nas próximas décadas. Para Fernandes, da FGV, o setor de transição energética concentra maiores oportunidades para a próxima leva de empresas trilionárias no mundo. “Seria, talvez, até uma chance para o Brasil”, diz o economista.