Em seguida negar uma elevação no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para moderar a subida do dólar, o ministro da Herdade, Fernando Haddad, disse nesta segunda, 6, que há um processo de “arranjo originário” no câmbio. “É originário que as coisas se acomodem. Mas não existe discussão de mudar o regime cambial no Brasil. Nem de aumentar imposto com esse objetivo”, afirmou o ministro a jornalistas, na ingresso da sede da Herdade, em Brasília.
Haddad avaliou que houve estresse no câmbio não só no Brasil porquê em todo o mundo no término de 2024. Ontem pela manhã, o dólar chegou a recuar para menos de R$ 6,10 no mercado à vista, com informações de que o próximo governo dos Estados Unidos pode adotar um conjunto de tarifas menos abrangente do que o esperado.
“Hoje (ontem) mesmo, o presidente eleito dos EUA (Donald Trump) deu declarações moderando determinadas propostas que foram feitas ao longo da campanha”, afirmou Haddad. Na verdade, não foi Trump quem deu as declarações, mas sim uma reportagem do Washington Post que ouviu assessores do presidente eleito. Em seguida a publicação, o republicano disse que o texto se tratava de “fake news”.
Orçamento
Também ontem, o ministro disse que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o planejamento do ano e o Orçamento de 2025. A prioridade do governo é revalidar o Orçamento no Congresso, mesmo que não haja expectativa de restrições pelo trajo de a peça ainda não ter sido votada. “No primícias do ano é sempre uma realização mais lenta. Mas nós temos de discutir, falar com o relator para ajustar o Orçamento às perspectivas do busto fiscal e das leis que foram aprovadas no final do ano pretérito.”
Segundo o ministro, novas medidas de incisão de gastos não foram discutidas. Haddad interrompeu suas férias ontem e se reuniu com Lula durante uma hora e meia pela manhã, na volta do presidente ao Palácio do Planalto. Em nota, a Herdade afirmou que o recesso havia sido marcado porque um familiar de Haddad faria uma cirurgia. Uma vez que esse familiar já estava renovado, o ministro voltou ao trabalho.
Uma vez que a Lei Orçamentária Anual (LOA) não foi aprovada no ano pretérito, o governo funcionará nos primeiros meses deste ano com o chamado “duodécimo” – regra que autoriza o Executivo a gastar 1/12 do valor previsto na peça orçamentária para prometer o funcionamento da máquina pública. O Executivo quer votar a LOA até fevereiro.
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