Apesar de repiques recentes, a inflação brasileira deve fechar o ano dentro aquém de 4,5%, teto da meta, disse nesta quinta-feira (24) o ministro da Quinta, Fernando Haddad. Em entrevista em Washington, o ministro disse que a recente subida dos índices representa um repique de limitado prazo relacionado ao câmbio e à seca, não ao aquecimento da economia.
“Embora os núcleos [de inflação] tenham assinalado uma variação superior à esperada, a inflação deve permanecer dentro da meta. No meu ponto de vista, a subida tem mais a ver com a questão do câmbio e da seca do que propriamente com qualquer impulso maior nos preços reiterados”, disse Haddad na capital norte-americana, onde participa de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e do G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana).
Os núcleos de inflação excluem preços mais voláteis, uma vez que víveres in natureza e força. Nesta quinta-feira, o Instituto Brasílico de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Pátrio de Preços ao Consumidor Espaçoso 15 (IPCA-15), que serve de prévia da inflação solene pelo IPCA, atingiu 0,54% em outubro, pressionado pela bandeira vermelha nível 2 nas tarifas de força e pelos víveres. No reunido de 12 meses, o indicador alcançou 4,47%, próximo ao teto da meta.
Pela manhã, o ministro reuniu-se, pela segunda vez em menos de um mês, com representantes da dependência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P Global). No termo de setembro, Haddad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniram-se em Novidade York com representantes de outras duas agências: S&P e Moody’s.
Em dezembro do ano pretérito, a S&P Global elevou a nota de crédito soberano do Brasil. Segundo Haddad, a própria dependência de classificação de risco procurou o governo para marcar o encontro em Washington, onde o ministro apresentou aos executivos projeções de médio e de longo prazo para a economia brasileira.
No termo desta tarde, Haddad participou do último compromisso da viagem aos Estados Unidos, com um evento da Força-Tarefa de Mobilização Global contra as Mudanças Climáticas (TF-Clima) e uma reunião restrita do FMI com ministros de Finanças, em que o Fundo Monetário apresentará cenários econômicos globais. Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, retornam ao Brasil nesta sexta-feira (25).