Haddad: decisão autônoma do BC não vai mudar com Galípolo

O ministro da Herdade, Fernando Haddad, disse que a autonomia do Banco Meão não irá mudar a partir da presidência de Gabriel Galípolo, indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e reforçou que Lula deixou “absolutamente simples” que trataria o BC com a mesma deferência e saudação que tratou a gestão de Henrique Meirelles na presidência da autonomia. Haddad apontou que pode municiar Galípolo e a diretoria do Banco Meão com informações assim uma vez que outros setores são ouvidos pelo órgão, mas reafirmou que a decisão é tomada de forma autônoma por todos os diretores.

 

“Ele tem um apanhado de informações, ele dialoga com toda a sociedade. Só que na hora da decisão, são nove pessoas que se reúnem, fecham as portas e tomam uma decisão autônoma. Isso não vai mudar com o Gabriel. E eu tenho absoluta crédito de que ele sabe qual é a missão do Banco Meão”, disse Haddad em entrevista à GloboNews nesta terça, 7.

“Porquê eu tentava fazer com o Roberto Campos, e uma vez que eu farei com o Gabriel Galípolo. Isso não significa manifestar que nós vamos concordar sempre sobre o diagnóstico e o que fazer. Mas cada um está no seu papel. Eu posso chegar um dia para o Gabriel e manifestar, será que vocês estão tomando a decisão correta? Mas a decisão é dele, do colegiado do Copom”, continuou Haddad.

Ele havia sido questionado se concordava com a avaliação de Lula, de que a única coisa errada com o Brasil atualmente seria a subida taxa de juros. Haddad desconversou e afirmou que o presidente “dialoga” com o País e que seu papel uma vez que ministro da Herdade é resolver o problema “tecnicamente”.

“O presidente dialoga com o país. Nós temos empresas que estão endividadas, empresas que vão tolerar no primícias deste ano com o aumento da taxa de juros”, disse o ministro.

Ele ainda reforçou que a última decisão do Copom foi tomada de forma unânime, independente de que a maioria do colegiado ainda era escolhida pelo governo anterior. “O Banco Meão entendeu que, à luz dessa disfuncionalidade, tinha que dar uma resposta firme para questão de que a inflação não ia trespassar do controle, um compromisso em controlar a inflação”, afirmou Haddad, segundo quem não julgaria a decisão.

Ele argumentou que só comentou uma única vez a decisão do Copom quando houve uma surpresa em relação ao guidance que já estava posto. “O Banco Meão tinha feito um expedido em março ou abril do ano pretérito, tinha se comprometido com um determinado guidance e sem que tivesse havido uma reunião entre os diretores pra repensar, foi feito um pregão um intempestivo e monocrático, que deu uma bagunçada ali na percepção das pessoas sobre o que estava acontecendo”, disse.