(FOLHAPRESS) – O Palácio do Planalto ordenou que a embaixada brasileira em Damasco, capital da Síria, seja evacuada. Nesta segunda (9) os funcionários foram informados que devem deixar o lugar e o processo já está em curso.
Medida do Itamaraty visa proteger o corpo diplomático. No sábado (7), rebeldes chegaram até Damasco e tomaram o poder do presidente Bashar Al-Assad, que governava o país desde 2000, depois a morte de seu pai, Hafez al-Assad.
Funcionários da embaixada serão levados em comboio até o Líbano. Existe a possibilidade de que um funcionário lugar permaneça na embaixada, mas os detalhes continuam sendo definidos. O emissário André Luiz Azevedo dos Santos está entre os que devem segregar a embaixada nesta segunda-feira.
A ação brasileira de segregar a embaixada tem esteio da ONU. A organização atua pela proteção do corpo diplomático das nações que possuem embaixadas na Síria. Há uma indefinição de porquê será assumido o governo sírio, já que diversos grupos extremistas compõem os rebeldes que derrubaram Assad.
Embaixadas de outros países foram atacadas durante o final de semana. Itália e Cuba registraram invasões pelos rebeldes depois a tomada do poder em Damasco. A reportagem apurou com diplomatas que pelo menos três carros foram furtados de dentro da embaixada italiana. Aliados de Bashar Al-Assad, diplomatas iranianos também deixaram o lugar depois a invasão.
BRASIL MONITORA SITUAÇÃO NA SÍRIA
O governo federalista acompanha a situação dos brasileiros na Síria depois que o ditador Bashar al Assad perdeu o poder. O Ministério das Relações Exteriores pediu saudação ao recta internacional humanitário. A solicitação ocorreu por meio de nota que também ressalta não ter registro de morte de brasileiros.
A orientação do Itamaraty é que os brasileiros que estão na Síria deixem o país. O trabalho de monitoramento da situação é liderado pela Embaixada do país em Damasco. Um telefone foi disponibilizado às pessoas que necessitam de informações: +963 933 213 438.
Bashar al Assad fugiu depois de perder o poder. A Rússia, um dos principais aliados do ditador, confirmou a fuga. O ex-líder sírio embarcou em um avião no momento que os rebeldes entravam na cidade. O rumo dele não foi revelado.
QUEM DERRUBOU ASSAD
A Síria vivia uma guerra social desde a primavera sarraceno. Bashar al Assad manteve o controle do país porque contava com esteio da Rússia e Irã. Ocorre que os dois aliados perderam a capacidade de ajudar, o que deixou o regime frágil.
Rebeldes se aliaram e derrubaram o regime. A principal liderança que tirou al Assad do poder é Abu Mohammed al-Jolani, director do grupo islamista HTS (Organização para a Libertação do Levante).
A organização tem origem na Al Qaeda. Ela é considerado terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pela Turquia. Seus integrantes lutam contra Al Assad desde o primórdio da guerra social, em 2011.
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