BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Aliados do presidente Lula (PT) avaliam que a queda drástica na aprovação do governo deixa simples que os problemas não eram somente ligados à espaço da notícia e sim refletem uma questão mais estrutural.
Essa situação, citam integrantes do governo, coloca no foco das pressões os ministros Rui Costa (Moradia Social) e Fernando Haddad. (Rancho). E por isso há pedidos para uma grande sacudida no governo, nas palavras de um coligado.
A percepção é também que a baixa popularidade registrada na pesquisa Datafolha desta sexta-feira (14) foi bastante impactada pela subida dos preços dos víveres e pela crise do Pix.
Embora não seja de responsabilidade direta da governo federalista, a crise na segurança pública também respinga na avaliação do presidente, segundo reconhecem seus colaboradores.
A pesquisa Datafolha mostrou que a aprovação de Lula desabou em dois meses de 35% para 24%, chegando a um patamar inédito para o petista em suas três passagens pelo Palácio do Planalto. A reprovação também é recorde, passando de 34% a 41%.
Acham o governo regular 32%, na presença de 29% em dezembro pretérito, quando o Datafolha havia feito sua mais recente pesquisa sobre o tema.
Um coligado de Lula no Congresso afirma que a data da pesquisa foi mormente ruim por ser prelúdios de ano -quando as pessoas, via de regra, têm mais contas para remunerar e sentem ainda mais os impactos da inflação. Ele acrescenta que, sem eleições neste ano, o governo vai conseguir retomar o fôlego e volver a queda de popularidade.
Líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ) afirma ser necessária maior disputa política e ênfase na agenda popular.
“Nós vamos virar. Houve uma queda importante entre os nossos eleitores. É mais fácil restaurar. O governo tem números muito bons. A economia cresceu supra de 3%, a renda cresceu 11%, o desemprego é o menor desde 2012. Falta conectar isso porquê realização do governo.”
Sem reportar o nome de Haddad, Lindbergh afirma que a tarifa do governo não é a ditada pela Faria Lima, em uma menção ao mercado financeiro. “Temos que fazer mais disputa política, mostrar as diferenças com o governo anterior. E focar 2025 numa agenda popular que toque a vida das pessoas. A tarifa não é da Faria Lima.”
Ele diz que o pregão de remédios gratuitos no Farmácia Popular, a isenção de IR (Imposto de Renda) até R$ 5.000 e a proposta de gás gratuito para 22 milhões de brasileiros são bons exemplos de uma tarifa que dialoga com a população. “Tenho certeza que Lula viajando o país vira esse jogo ainda em 2025”, diz.
Nas palavras de um coligado, acabou o exposição de que o governo é bom, mas ações não chegam ao povo. O desgaste da imagem de Haddad, porquê patrono de medidas impopulares, também pesa. A tarifa do Ministério da Rancho, afirmam, não deve simbolizar a face do governo.
Em absoluta suplente, aliados também incluem a superexposição da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, e a insistência em pautas identitárias entre as causas da queda de popularidade.
A oposição, por outro lado, comemorou os resultados da pesquisa. Macróbio coligado de Lula e agora um dos líderes da oposição, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) escreve que o índice de popularidade reflete a postura confrontadora do presidente.
“O Datafolha expressa em números a 3ª lei de Newton, a da ação e reação. Quem passou os dois últimos agindo contra os outros, colhe dificuldade. O Lula mais amargo dos 3 é o mais rejeitado de todos os Lulas. Ação e reação”, escreveu numa rede social.
O líder da oposição na Câmara, Coronel Zucco (PL-RS), aproveitou a queda da aprovação do presidente para substanciar o chamado para a sintoma de pedido de impeachment do petista, convocado por bolsonaristas, em março.
“A recente pesquisa Datafolha que reafirma a escalada da impopularidade do governo Lula demonstra que essa gestão chegou ao término”, disse.
Esse é o primeiro levantamento do instituto medindo a aprovação da atual gestão, posteriormente a troca no comando da espaço de notícia, sempre apontada porquê um dos focos do problema.
No mês pretérito, o publicitário Sidônio Palmeira assumiu a Secom (Secretaria de Informação Social da Presidência), em substituição ao deputado petista Paulo Pimenta (RS).
O novo ministro assumiu com alguns planos para melhorar a notícia do governo, que foram divulgados durante reunião ministerial, no dia 20 de janeiro.
Ele pediu aos ministérios para fazerem um levantamento de projetos e ações, que possam ser divulgadas com destaque. Também indicou que pretende usar bastante a figura do presidente, que ele apontou ser um “óptimo” resultado, por razão de seu carisma e histórico.
Sidônio também pediu para ministros centralizarem no Planalto as ações e afinarem os discursos, para evitar dar munição para a oposição.
Mesmo com as novas diretrizes, o prelúdios do ano foi marcado por uma série de polêmicas e focos de desgastes para o governo. A primeira delas foi a chamada crise do Pix, quando a Receita Federalista editou uma norma que ampliou a fiscalização sobre transações de pessoa física com esse mecanismo.
A medida foi usada pela oposição para disseminação de fake news sobre taxação do Pix, forçando o governo a recuar da medida.
O governo também trouxe para si uma novidade crise com a questão do preço dos víveres. O presidente havia cobrado seus ministros por medidas para enfrentar esse problema durante a reunião ministerial, em pessoal Carlos Fávaro (Cultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).
O primeiro soído aconteceu quando o ministro Rui Costa disse que o governo vai buscar um “conjunto de intervenções” para baratear o preço dos víveres.
A termo “mediação” costuma ser associada a medidas porquê tabelamento e controle de preços, por isso houve reação do mercado. Rui Costa portanto concedeu entrevista para esclarecer e sugeriu a todos trocar a termo “mediação” por “medidas” para evitar ruídos de notícia.
O mesmo ministro depois acabou virando branco de críticas nas redes sociais, ao sugerir que a população deveria trocar a laranja por outra fruta, por razão do cocuruto preço.