O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou hoje (14) que o governo vai oferecer 600 vagas em residência médica e multiprofissional para formar médicos intensivistas, enfermeiros e fisioterapeutas. A atuação dos profissionais será no enfrentamento à pandemia de covid-19.
O anúncio foi feito após a segunda reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que também participou da reunião, é importante a presença de profissionais especializados, principalmente nas unidades de terapia intensiva. “A habilitação de profissionais que possam fazer o enfrentamento da pandemia é fundamental. Precisamos de material humano, de pessoas bem formadas para esse atendimento”, disse.
Durante a reunião, Queiroga também apresentou as ações do governo para aumentar a oferta de insumos estratégicos para a área de saúde, como os kits de intubação. De acordo com ele, nos próximos 10 dias, os estoques reguladores devem estar fortalecidos, fruto de uma iniciativa de compra direta com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS) nas Américas.
O governo brasileiro também fará um pregão internacional para adquirir os fármacos do kit, que incluem sedativos e bloqueadores neuromusculares. “Não há nada mais traumático e trágico que ter um paciente no leito de UTI e não ter kit de intubação para mantê-lo intubado”, disse o senador Pacheco, destacando que o governo precisa manter atenção sobre esses estoques.
Além disso, o Ministério da Saúde está articulando, com o Canadá, a importação de 18 caminhões para o transporte de oxigênio aos estados e municípios. O objetivo, segundo Queiroga, é chegar a 50 caminhões.
Rodrigo Pacheco destacou a importância das campanhas publicitárias do governo para conscientização da população sobre a vacinação. Elas agora serão reforçadas para destacar todos os métodos preventivos de pandemia: o uso de máscaras, a higienização das mãos, o isolamento e distanciamento social, além da vacinação. “Aqueles que já têm condição pelo PNI [Programa Nacional de Imunizações] que se vacinem, porque esse é um ato de preservação humana muito importante para o indivíduo e para a coletividade”, disse o senador.
Ontem (13), o Ministério da Saúde divulgou a lista dos estados com pessoas que estão em atraso para tomar a segunda dose de vacinas contra a covid-19. Cerca de 1,5 milhão de brasileiros estão nessa situação e precisam ir aos postos de vacinação.
Pacheco elogiou a atuação e o “espírito de aceitação democrático” do ministro Queiroga, que, segundo ele, tem assimilado e levado adiante as sugestões apresentadas no comitê.
O órgão foi criado em março como uma instância de coordenação nacional de enfrentamento à pandemia e tem a participação dos presidentes da República, da Câmara e do Senado e representantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e CNJ, esses últimos na condição de observadores. A coordenação técnica é do Ministério da Saúde.
Por fim, o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), que estava presente na reunião do comitê, falou sobre o que ele chamou de “órfãos da covid-19”, que são as crianças e adolescente que perderam seus cuidadores para a doença. Segundo ele, o Brasil tem cerca de 50 mil jovens nessa condição, após a morte de seus pais e avós que sustentavam as famílias.
Para o parlamentar, o governo precisa criar um programa efetivo de amparo a esse público. “Precisamos de um planejamento porque em 20 anos ainda sofreremos sequelas da covid-19, sejam elas psicológicas, sejam econômicas. É fundamental olhar para essas crianças e adolescentes”, disse o deputado.
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