Google enganava anunciantes sobre espaços publicitários, diz jornal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Google enganou anunciantes por anos durante processos para determinar os preços praticados em suas operações de venda de espaços publicitários, criando programas secretos que indicavam vendas menores por parte de algumas companhias do que de fato havia sido registrado, e inflando artificialmente os valores aos compradores interessados.

As conclusões são de uma investigação ainda em curso no distrito de Nova York, nos Estados Unidos, e foram divulgadas em reportagem do jornal The Wall Street Journal nesta sexta-feira (14).

Ainda de acordo com as informações da publicação, o Google embolsava a diferença entre o valor que dizia que os anúncios custavam, ante o quanto eles valiam, de fato, para manipular vendas futuras, de modo a consolidar seu monopólio digital.

A ação alega que as práticas comerciais do Google inflacionam os custos de publicidade, o que faz com que as empresas anunciantes repassem o aumento ao consumidor final por meio de produtos mais caros nas prateleiras.

Segundo os documentos aos quais o jornal teve acesso, funcionários do Google entendiam que algumas das práticas adotadas significavam uma estratégia de crescimento que se dava por meio do uso de informações privilegiadas.

O processo relativo à denúncia contra a gigante global de tecnologia teria sido iniciado em meados de dezembro de 2020, e destaca alguns dos argumentos do governo americano para defender sua posição de que o Google detém um monopólio que prejudicou a indústria e os competidores.

A companhia informou ao The Wall Street Journal que pretende entrar com uma ação na próxima semana para arquivar o processo. Ainda segundo a empresa, o processo estaria repleto de imprecisões e carece de mérito legal.

O Google desempenha um papel fundamental na forma como os anúncios são comercializados na internet, como um dos principais participantes que estabelece quais serão os parâmetros a serem adotados nas vendas.

A queixa dos concorrentes, destaca o WSJ, é que a forma de atuação da empresa acaba por criar um ambiente hostil para que novos entrantes consigam desenvolver seus negócios no mercado de forma justa.

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