SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Giovanna Ewbank revelou que seus filhos, Titi e Bless, têm medo de retornarem para Portugal após terem sido alvo de ataques racistas de uma mulher portuguesa em 2022.
Ewbank depôs nesta quinta-feira (26) no Tribunal de Almada, em Portugal. A apresentadora é testemunha-chave do julgamento de Adélia Barros, acusada de racismo contra seus filhos do casamento com Bruno Gagliasso.
Ao Tribunal, a apresentadora explicou que, após o episódio de violência, seus filhos ficaram assustados e precisaram de terapia. “[Eles] têm muito medo de voltar [para Portugal]. Acredito que com a terapia vai conseguir melhorar”, explicou a famosa em seu depoimento, conforme repercutido pelo jornal português O Publico.
Gagliasso, que também deu seu depoimento, refletiu sobre a dificuldade de explicar aos filhos sobre a violência que eles sofreram. “Como é que você vai explicar para uma criança que um adulto está lhe xingando devido a cor de sua pele, que [ela] não é desejada naquele lugar por causa da cor da pele?”, disse o ator.
Ewbank e Gagliasso foram presencialmente ao julgamento. A Justiça portuguesa havia dado a possibilidade de os dois acompanharem a sessão e prestarem depoimentos de forma remota, mas eles optaram por viajar até o país para acompanhar o julgamento de perto.
Titi e Bless têm nacionalidade brasileira e portuguesa. Os dois, hoje com 11 e 10 anos respectivamente, foram atacados em julho de 2022, por uma mulher que proferiu ofensas racistas, em uma cena que viralizou nas redes sociais.
ENTENDA O CASO
Adélia Barros será julgada no Tribunal de Almada. Além dos ataques a Titi e Bless, o processo também trata dos insultos que a portuguesa teria proferido contra um grupo de angolanos que estava na praia.
Caso não será julgado como racismo. No Brasil, “racismo” é um crime previsto em lei. Em Portugal, no entanto, o caso das crianças será julgado como “injúrias agravadas e difamação”.
A princípio, o Ministério Público negou a denúncia. Ewbank e Gagliasso inicialmente tentaram enquadrar o caso no artigo 240 do Código Penal português, que trata do crime de incitamento ao ódio e à violência. Essa primeira denúncia não foi aceita, e os advogados abriram um novo processo.
Denúncia foi aceita em abril deste ano. Na ocasião, os atores celebraram no Instagram: “Hoje, podemos comemorar porque o Ministério Público aceitou nossa acusação por difamação e injúria racial e superou uma questão teórica sobre onde enquadrar o crime perante a lei. Vencemos, mas ainda é um pequeno passo.”