A Caixa Econômica Federalista, o Sport Club Corinthians Paulista, a Estádio Itaquera e a Leal Torcida assinaram nesta sexta-feira (18) um protocolo de intenções para quitar a dívida que foi contraída com o banco para a construção da Neo Química Estádio, estádio do Corinthians. Por um projeto da Gaviões da Leal, torcida organizada do clube, será criada uma vaquinha entre torcedores do clube para ajudar o Corinthians a quitar a dívida estimada em R$ 704 milhões.
Segundo o presidente da Gaviões da Leal, Alexandre Domênico, mais espargido porquê Ale, a expectativa da torcida organizada é de recolher entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões entre os mais de 35 milhões de torcedores e quitar o débito que o clube tem com o banco. Isso poderia ser realizado, prevê a organizada, em até seis meses posteriormente o lançamento da campanha – prevista para ser iniciada a partir da primeira quinzena de novembro. “Se 5 milhões de torcedores doarem R$ 20 por mês, em seis meses é só vocês fazerem o conta”, disse Ale. “Acredito que quando a gente lançar essa campanha vai ser uma coisa surreal. Vai ser uma coisa que vai estar marcada na nossa história eternamente: a torcida que pagou pelo seu estádio”.
O protocolo foi assinado hoje, na sede da Caixa na Avenida Paulista, pelo presidente do clube, Augusto Melo, o presidente da Caixa, Carlos Vieira, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e pelo presidente da Gaviões da Leal. No início de novembro será lançada uma plataforma e uma chave Pix que dará início à campanha de arrecadação para a quitação da dívida.
“O que o Corinthians está fazendo cá, com a tributo efetiva da Gaviões da Leal e de sua Leal Torcida, é dar uma mostra da tributo imensa de uma mudança de chave, inclusive do processo de gestão dos clubes do Brasil. Um clube que tem a possibilidade de transpor rapidamente de uma situação de uma dívida e transformar essa dívida em um investimento”, falou o presidente da Caixa.
De negócio com Carlos Vieira, há até a possibilidade de uma subtracção do valor da dívida, caso o pagamento seja realizado antes do tempo previsto para quitação do contrato. “Á medida que a gente for constituindo esses valores, aí é uma negociação bancária tradicional: ‘ olha, nós temos tanto cá para quitar essa dívida’. Por outro lado, nós podemos dar um rebate nessa dívida. Essa é uma possibilidade concretíssima de isso sobrevir”.
Vinicius Casconi, diretor jurídico do Corinthians, adianta que mecanismos serão criados para que os depósitos feitos pelos torcedores tenham destinação exclusiva para o pagamento da dívida, sem movimentação das partes. “É importante deixar evidente que essa é uma iniciativa da torcida que o Corinthians está apoiando. Nós vamos fabricar mecanismos junto à Caixa para que todos os depósitos tenham uma destinação exclusiva. Logo, ninguém poderá mexer nos valores da conta a não ser quando for para fazer a quitação da estádio. O Corinthians, a diretoria, a torcida, ninguém terá chegada a retiradas da conta”, explicou, durante entrevista coletiva concedida à prelo.
Para Padilha, a ação da Caixa de estribar os esforços da torcida organizada para a amortização da dívida comprova o papel popular do banco. “A Caixa está acolhendo uma demanda da torcida do Corinthians por compreender a valor da Estádio Corinthians, da Estádio Neo Química, para a região de Itaquera e para o desenvolvimento econômico daquela região. A presença da Estádio lá já levou transporte, mobilidade urbana, metrô, ocupação. Nem todo mundo sabe, mas a Estádio Corinthians é o segundo equipamento mais visitado na cidade de São Paulo por pessoas que vêm de fora. A Caixa, quando faz uma ação porquê essa, ela está olhando o potencial que a Estádio tem para valorizar uma região tão importante”, disse o ministro. “Para o governo, a valor é ver a Caixa agir de forma congruente e responsável do ponto de vista fiscal e agir porquê banco público que identifica essas oportunidades”, acrescentou.
De negócio com o ministro, a proposta da torcida é unicamente uma das formas que estão sendo analisadas pelo banco para o pagamento da dívida do clube. “O contrato do clube Corinthians com a Caixa continua. O Corinthians, enquanto clube, está construindo outras alternativas junto à Caixa de capitalização e financiamento. E tem essa iniciativa agora que é a torcida se mobilizando para contribuir com isso. Outras alternativas que a diretoria do Corinthians pode ter de financiamento, de capitalização, a Caixa, enquanto banco, estaria ensejo para isso, continua a estudo disso”, falou.
Enquanto essas análises prosseguem, disse o ministro, a vaquinha proposta pela torcida organizada o faz ter orgulho de ser “corintiano, maloqueiro e sofredor”. “Quem é corintiano sabe que quando foi fundado o nosso time, foi feito uma volume. Tem time que tem torcida e tem uma torcida que tem um time. A torcida do Corinthians está mostrando que ela é dona do time. E ela vai lá para resolver um problema do time. E ao resolver esse problema, ela sabe que vai estar valorizando a zona leste [de São Paulo], o nome do Corinthians e fortalecendo cada vez mais essa identidade enquanto torcida”, disse ele.
Durante entrevista à prelo, o ministro Alexandre Padilha alertou a população sobre golpes. Segundo ele, os torcedores não devem fazer depósitos para o pagamento da dívida do Corinthians neste momento, já que a campanha ainda não foi lançada.
“Quero substanciar que a campanha não foi lançada ainda com a conta Pix. Logo, se chegar um pedido de pagamento de Pix hoje ou até o lançamento solene [da campanha] pela Gaviões, não vá depositar [o dinheiro] porque esse é um Pix que não existe ainda [e pode ser golpe]”, alertou. “Espere a Gaviões, junto com a Caixa, anunciar uma plataforma específica e qual será a conta para depositar”, orientou o ministro.