SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O atacante Gabriel Jesus, 26, vive uma seca de gols pela seleção brasileira e confessou que balançar a rede não está mesmo entre suas principais características dentro de campo.
Na derrota por 1 a 0 para a Argentina, o jogador do Arsenal, da Inglaterra, completou um ano e meio sem balançar a rede com a camisa do Brasil. Seu último gol pela formação nacional foi em goleada por 5 a 1 sobre a Coreia do Sul, em amistoso realizado em junho de 2022.
“Acredito que não seja meu ponto forte [fazer gols], porém faço gol, estou lá para fazer gol. Tanto que eu fiz na seleção”, afirmou o jogador depois da partida contra a seleção argentina, na qual passou mais uma vez em branco, embora tenha sido o responsável pela principal jogada de ataque do time no jogo, em lance desperdiçado por Gabriel Martinelli.
Segundo dados da plataforma especializada Ogol, Gabriel Jesus soma 19 gols em 64 partidas pela seleção, o que corresponde a uma média de apenas 0,3 por partida.
A marca é ainda pior em Copas do Mundo. Titular em 2018, na Rússia, e opção de banco em 2022, no Qatar, esteve em campo em oito confrontos de Mundial. Marcou zero gol.
O primeiro tento do atacante com a camisa do Brasil foi em sua estreia pela equipe, em setembro de 2016. Ele fez dois na vitória por 3 a 0 contra o Equador, em jogo válido pelas Eliminatórias para a Copa de 2018.
Em 2023, Jesus começou entre os 11 titulares contra Argentina e Uruguai e saiu do banco nas partidas contra Venezuela, Peru e Bolívia, sem conseguir marcar em nenhum dos confrontos.
“Tem coisas que eu não controlo. Tento, busco, eu me movimento e ajudo a equipe.”
Os números do atacante mostram que, na média, ele demora pouco mais de dois jogos para conseguir marcar. Pelo Palmeiras, Jesus anotou 21 gols em 54 partidas, média de 0,38.
Pelo Arsenal, onde fez sua estreia em julho de 2022, o atacante soma 15 gols em 44 jogos, média de 0,34. O último gol pelo clube foi no dia 24 de outubro, na vitória por 2 a 1 sobre o Sevilla, pela Liga dos Campeões.
Pelo Manchester City, sob o comando do treinador espanhol Pep Guardiola, o jogador brasileiro teve a melhor média da carreira até aqui –foram 95 gols em 236 jogos, 0,4 por partida.
Quando treinava Jesus, Guardiola chegou a cobrar que o atacante aprimorasse a pontaria em frente ao gol. “Ele tem que tentar melhorar a finalização para ser mais rápido, mais ágil e preciso nessa área”, disse o treinador.
Jesus foi convocado pelo treinador Fernando Diniz como alternativa ao centroavante Richarlison, titular na Copa do Qatar, mas que vive má fase nos últimos meses tanto com a camisa da seleção como por seu clube, o Tottenham, da Inglaterra.
A escolha, contudo, não se reverteu em um desempenho positivo da seleção brasileira. Em nove partidas disputadas no ano, entre amistosos e jogos pelas Eliminatórias, o Brasil perdeu cinco, empatou um e venceu apenas três jogos. Com isso, encerra o ano na sexta colocação na disputa classificatória sul-americana para a Copa de 2026, atrás de Argentina, Uruguai, Colômbia, Venezuela e Equador.