JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) – Funcionários da Volkswagen na Alemanha anunciaram nesta quarta-feira (20) que aceitam um galanteio de 1,5 bilhões de euros (R$ 9,1 bilhões) em seus próprios salários e benefícios desde que a empresa desista do projecto de fechar fábricas no país.
Por outro lado, declararam que já se preparam para greve e “o maior conflito no país em décadas” caso a montadora se demonstre inflexível nas negociações. No termo de outubro, o juízo de empregados da Volkswagen revelou que recebeu da empresa um planejamento de cortes de milhares de funcionários e, passo inédito, o fechamento de ao menos 3 das 10 fábricas da marca no país.
A Volkswagen não é exclusivamente um ícone da indústria alemã, mas a maior operário de automóveis da Europa, com 120 milénio empregados no país e uma equipe global que chega a 680 milénio funcionários.
Seu direcção é escoltado com atenção pelo mercado, pois a empresa funciona uma vez que um termômetro da economia alemã, estagnada há dois anos e com muitos desafios pela frente -defasagem tecnológica e de infraestrutura, em guerra tarifária com a China e com a perspectiva de uma segunda gestão Donald Trump, nos EUA, ainda mais protecionista.
De entendimento com o IG Metall, o principal sindicato do país, o projecto original da direção da Volkswagen prevê um galanteio muito mais drástico, da ordem de 17 bilhões de euros (R$ 103 bilhões). O presidente-executivo da empresa, Oliver Blume, declarou em entrevista ao jornal Bild, no prelúdios deste mês, que a proposta é radical pois precisa emendar “décadas de problemas estruturais”.
Segundo a sucursal Reuters, a proposta dos empregados já é discutida dentro da empresa, mas não a ponto de evitar o anunciado fechamento das vegetais. Uma terceira rodada de negociações está marcada para esta quinta-feira (21).
Entre os muitos pontos de discordância, há a previsão de um galanteio nivelado de 10% em todos os salários e benefícios, assim uma vez que frigoríficação dos valores por dois anos. O sindicato propõe medidas semelhantes, mas em proporções diferentes, e pede que o sacrifício seja estendido a outros acionistas da fábrica, uma vez que a família Piech.
Também nesta quarta-feira (20), a Ford anunciou que pretende trinchar 3.000 vagas em sua unidade de carros elétricos em Colônia. A operário americana diz que a vegetal está ociosa, alguma coisa que reflete outro sintoma econômico discutido no país. Além da competição com as marcas chinesas, há um refluxo no mercado, que já não vê novidade nos modelos elétricos, uma vez que ocorre neste momento no Brasil, mas sim problemas de infraestrutura (falta de postos de recarga), tecnologia (consumo proeminente no inverno) e incentivo governamental.
Desde que foram revelados os planos da Volkswagen, a Alemanha convive com greves de alerta, pontuais, de poucas horas ou dias, em fábricas das diversas montadoras. Os sindicatos prometem greve universal em dezembro se as negociações com a empresa, paradigma para o setor, não avançarem.
O porvir da empresa alimenta também o debate político no país. Uma discussão sobre relaxar ou não o “freio da dívida”, a versão lugar do teto de gastos, consumiu a coalizão de Olaf Scholz nas últimas semanas. A reforma do instrumento é vista pelo primeiro-ministro, por empresas e até por segmento da oposição uma vez que vital para estimular a economia e um novo ciclo de modernização do país.
Scholz vai se sujeitar a um voto de crédito em dezembro, prólogo para as eleições antecipadas ao Parlamento, previstas para fevereiro.
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