SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A partir de segunda-feira (3), os franceses começam a sair de seu terceiro confinamento, imposto no fim de março para conter a propagação do coronavírus. O relaxamento das restrições será feito de maneira gradual até 30 de junho e terá quatro etapas, segundo anunciou nesta quinta (29) o presidente Emmanuel Macron.
“Devemos voltar à nossa arte de viver à francesa”, afirmou o mandatário em uma entrevista com a mídia local. “Agora temos uma vacina que nos dá uma perspectiva de saída durável da crise.”
Atualmente um dos países europeus mais impactados pela pandemia, com um total de 5,6 milhões de casos e 104 mil mortes, a França está há meses com restaurantes, cafés, museus e salas de espetáculos fechados, enquanto alguns dos vizinhos já flexibilizam suas restrições.
O país irá adotar ainda uma espécie de passe sanitário para eventos maiores e para a entrada de turistas estrangeiros.
Para frequentar esses lugares, será preciso apresentar atestado de vacinação, teste negativo ou exame positivo com mais de 15 dias. Segundo Macron, está descartado adotar a prática em restaurantes, teatros ou museus. “Mas em lugares onde há multidões, como estádios, festivais, feiras ou exposições, seria absurdo [não exigir o certificado]”, disse o presidente.
Na primeira etapa, a partir de segunda, reabrem as escolas de médio porte para alunos de 13 anos a 17 anos e caem as restrições de circulação em um raio maior do que 10 km da residência e de deslocamentos inter-regionais.
Permanecem em vigor, porém, o toque de recolher entre 19h e 6h, o trabalho remoto e o fechamento de comércios não essenciais.
A segunda etapa, porém, é a que leva a população do país para algo mais perto de uma normalidade. A partir de 19 de maio, comércios, museus, monumentos, cinemas, teatros e salas de espetáculo (com público sentado) podem reabrir, bem como estabelecimentos esportivos com espectadores.
Restaurantes e cafés com terraços também vão poder receber clientes, e atividades esportivas em locais cobertos e ao ar livre serão retomadas. O toque de recolher passa a entrar em vigor às 21h, enquanto mantém-se o trabalho remoto. Reuniões com mais de dez pessoas estão proibidas.
A partir de 9 de junho, o toque de recolher entrará em vigor às 23h, e o trabalho remoto será mantido, mas com flexibilizações. Cafés e restaurantes poderão receber clientes nos salões internos e estabelecimentos culturais e esportivos, além de salões e feiras de exposição, terão permissão para receber até 5.000 pessoas com passe sanitário.
Nesta etapa, o passe sanitário passa a ser exigido para todos os turistas estrangeiros que entrarem no país.
Já em 30 de junho está previsto o encerramento de quase todas as restrições. O toque de recolher será encerrado e serão permitidos eventos com mais de mil pessoas, sujeitas ao passe sanitário. Os únicos locais que permanecerão fechados até nova ordem serão as discotecas.
O plano, no entanto, poderá ser revisto de acordo com a evolução da situação sanitária nos departamentos franceses. O registro da variante indiana no sudoeste francês também preocupa.
Para Catherine Hill, epidemiologista de um hospital de Paris, um relaxamento das restrições em larga escala seria “absolutamente imprudente”. A médica ressalta que, com 5.879 pacientes com Covid internados em UTI, o número é maior do que no pico da segunda onda observado em novembro.
O governo, por sua vez, espera que a campanha de vacinação ajude a manter o vírus sob controle. Até terça (27), 21,4% dos franceses haviam recebido ao menos uma dose do imunizante, e 8,7%, as duas, segundo dados do Our World in Data.
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