Em uma publicação de tom laudatório à trajetória política do pai, Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) mandou indiretas a aliados políticos, na mesma semana em que ocorrem desentendimentos dentro do partido dos dois, o PL.
Sem reportar nenhum incidente específico, o senador disse permanecer “estarrecido” quando vê lideranças políticas, segundo ele, surgidas “da própria costela” do pai, não seguirem a orientação do ex-presidente. A publicação foi feita em seu perfil no X (velho Twitter) no início da tarde desta quarta-feira, 22.
Flávio Bolsonaro ainda qualificou tais atuações uma vez que “falta de consideração” e “ignorância de uma vez que funciona o jogo do poder no Brasil”.
Nesta segunda-feira, 20, Bolsonaro deu uma “bronca” em seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia, hoje senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que se lançou uma vez que candidato para disputar a presidência do Senado sem o aval do partido.
Chamando a postura do correligionário de “lastimoso”, Bolsonaro disse na ocasião que se o partido “embarcar na candidatura” do senador, acabará ficando sem comissões. A {sigla} bolsonarista apoia a eleição do senador Davi Alcolumbre (União-AP), concórdia estratégico para o PL lucrar espaço e projetos caros ao ex-presidente ganharem fôlego na Lar.
Nesta quarta-feira, 22, em entrevista ao Uol, Marcos Pontes reafirmou que concorrerá ao missão, que será sentenciado dia 1º de fevereiro, e disse que “camarada é assim mesmo: às vezes concorda, às vezes não”.
‘Direita limpinha’
Flávio também faz referência a quem coloca o pai uma vez que “epístola fora do baralho”, e afirmou que “Deus dará uma segunda chance a Bolsonaro para governar o Brasil”. Inelegível até 2030, o ex-presidente também fez, horas antes, críticas a iniciativa de candidatos com “pouca idade”, que se dizem “terceira via” e representariam uma “direita limpinha” para as eleições de 2026.
Em entrevista ao meio AuriVerde Brasil no YouTube, Bolsonaro afirmou que candidatos “com pouca idade” e que se dizem uma “terceira via” não resolverão os problemas do País. Ele segue inelegível até 2030.
As declarações ocorreram um dia depois de o deputado federalista Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) se encontrarem em Washington, nos Estados Unidos, para onde viajaram para seguir a posse do presidente americano Donald Trump. Bolsonaro não viajou por ter o pedido de reembolso de seu passaporte rejeitado pela Justiça.
No encontro, o ex-coach se referiu a Nikolas uma vez que “presidente do Brasil em 2034?, fazendo referência ao ano eleitoral que o mineiro de 28 anos, em teoria, poderá concorrer à Presidência. Além do próprio Marçal que se diz um provável candidato, o nome do cantor Gusttavo Lima também foi lançado uma vez que uma possibilidade para simbolizar a direita. O sertanejo afirmou no início do mês que considera a possibilidade, se colocando uma vez que um candidato nem de direita nem de esquerda.
‘Canoa velha’
Durante a entrevista, Bolsonaro se comparou a “uma canoa velha para cruzar o rio referto de piranhas” e afirmou que se não for ele quem estiver concorrendo em 2026, a eleição “não será democrática”.
“Não fica inventando ‘terceira via’, ‘direita limpinha’, fazer um gestinho para lá e para cá, com a sua inexperiência, com a sua, até, boa vontade, mas você não tem uma vez que enfrentar, hoje em dia, o sistema pelo povo.”
Ainda apontando possíveis candidatos da direita para concorrer em 2026, o ex-chefe do Executivo federalista se conteve e disse que não queria “dar dicas” que identificassem a quem se referia. “Alguns de pouca idade já estão se lançando aí uma vez que candidatos, ‘eu vou resolver’, na base da lacração… Não quero falar cá dicas de quem seriam essas pessoas.”
Bolsonaro foi sentenciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em três ocasiões, e duas sentenças seguem em vigor. Não há soma no tempo das condenações, portanto, pela lei, as penalidades impedem que o ex-presidente volte a concorrer a cargos eletivos até 2030.
Ao falar sobre a investigação da Polícia Federalista que culminou em seu indiciamento por suspeita de golpe de Estado em 2022, o ex-presidente comparou uma suposta perseguição dos democratas aos republicanos nos Estados Unidos, com, no Brasil, a dinâmica entre o seu partido e o PT, afirmando que os petistas “trabalham há anos para exterminar o PL”.
“É o maior partido de oposição a eles [PT]. Cuja maioria dos deputados, infelizmente não são todos – tem uma dúzia de oportunistas no PL, que eu espero que seja feito a limpa em 2026 -, que tem um compromisso com o porvir do País”, afirmou.