Fadiga extrema (e não disfunção cerebral) é a causa da Covid persistente

A condição apelidada de Covid persistente ou Covid longa caracteriza-se pela presença de sintomas como fadiga, perda de memória, confusão ou ‘nevoeiro’ mental e problemas de atenção, 12 semanas após a infecção provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2. 

Conforme explica um artigo publicado na revista Galileu, embora a causa exata do quadro ainda esteja sendo investigada por médicos e cientistas de todo o mundo, num novo estudo da Universidade de Friburgo, na Alemanha, divulgado no Journal of Nuclear Medicine, sugere-se que a resposta pode residir na fadiga.

Tendo em conta que doentes com Covid-19 podem ter um metabolismo reduzido dos níveis de glicose no cérebro – elemento que está associado a danos na função cognitiva -, os pesquisadores avaliaram se pessoas que sofrem de Covid persistente apresentam necessidades semelhantes.

Para efeitos dessa pesquisa, os especialistas sujeitaram pacientes a testes neuropsicológicos e tomografias cerebrais.

De acordo com a Galileu, 31 voluntários integraram a experiência e reportaram sintomas como dificuldade de atenção, falta de memória e deterioramento relativamente à capacidade de realizar multitarefas. Apesar de 39% dos indivíduos terem relatado que as sequelas da condição afetaram a sua rotina e performance no trabalho, a média dos resultados indicou pouco ou nenhum défice cognitivo em concreto.

Entretanto, os cientistas notaram a prevalência de queixas subjetivas sobre fadiga severa e duradoura, comum a 61% dos voluntários. 

O estudo alemão avançou igualmente que 67% dos indivíduos estavam acima do limite para fadiga cognitiva e 42% ultrapassavam o limite para fadiga física.

“Tal sugere que a fadiga, e não disfunções regionais no cérebro, pode ser responsável por muitos dos sintomas da Covid longa”, concluíram, num comunicado, os autores do artigo.

 

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