SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Justiça francesa condenou nesta sexta-feira (5) a três anos de prisão –dois deles suspensos– um ex-guarda-costas do presidente francês, Emmanuel Macron, por agredir manifestantes durante um protesto no dia 1º de maio de 2018. Ele também terá que pagar uma multa de 500 euros (o equivalente a R$ 3.200).
O caso gerou uma crise no governo de Macron, que deve concorrer novamente nas eleições do ano que vem.
O tribunal disse que Alexandre Benalla, 30, agiu com “um sentimento de impunidade e onipotência”, disse uma repórter da franceinfo presente no julgamento. Ele também foi considerado culpado de uso fraudulento de passaportes diplomáticos e de porte ilegal de arma.
“O senhor foi investido de um certo poder por conta de suas funções”, declarou a presidente do tribunal, Isabelle Prévost-Desprez, ao proferir a sentença. “O senhor traiu a confiança depositada por essa nomeação.”
Segundo ela, a condenação se justifica pela “gravidade dos numerosos fatos e pelas missões que ele cumpria, que exigiam rigor e comportamento exemplar.”
Benalla cumprirá pena de um ano em casa com uma pulseira eletrônica, disse a mídia, incluindo a BFM TV.
Em um episódio que se transformou em um dos mais graves desafios à gestão de Macron, Benalla foi filmado agredindo manifestantes durante os protestos do Dia do Trabalho quando acompanhava a polícia. No vídeo publicado pelo jornal Le Monde, ele agarra e arrasta uma mulher pelo chão e pisa em um homem desarmado. A falta de transparência da gestão Macron na divulgação do caso e na imposição de medidas disciplinares contra o funcionário público gerou uma forte crise no governo.
A oposição denunciou o caso como uma “questão de Estado”. Os meses seguintes foram marcados por uma série de revelações e por audiências em comissões parlamentares de inquérito.
A condenação é a primeira contra o ex-colaborador de Macron, que é réu em mais cinco processos abertos. Ele sempre negou ter feito um espancamento e afirmou ter tido uma “reação cidadã” a pessoas “que tinham acabado de cometer um delito”.
O veredicto sobre o escândalo que, junto com os protestos sociais dos “coletes amarelos”, abalou a primeira parte do mandato do presidente liberal, vem meses antes das eleições presidenciais marcadas para abril de 2022.
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