Ex-governador de Nova York se torna alvo de ação criminal por assédio sexual

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Uma ação criminal acusando o ex-governador de Nova York Andrew Cuomo de contravenção sexual foi apresentada em um tribunal de Albany, capital do estado, nesta quinta (28). O anúncio foi feito por um porta-voz da corte.

Trata-se de novo capítulo envolvendo as acusações de assédio sexual contra o político democrata, que renunciou ao cargo em agosto, após virem a público os resultados de uma ampla investigação da Procuradoria-Geral contra ele.

Na denúncia, divulgada pela rede NBC, a vítima diz que Cuomo teria, em 7 de dezembro de 2020, colocado “a mão sob sua blusa e em suas partes íntimas”. O democrata ainda teria apalpado o seio da mulher “com o propósito de satisfazer seus desejos sexuais”. O assédio teria ocorrido no segundo andar da mansão do então governador, enquanto os dois estavam sozinhos.

De acordo com o jornal americano The New York Times, a denunciante seria uma ex-assistente-executiva de Cuomo, que teria entrado com uma queixa criminal contra ele há dois meses.

Ainda segundo a mídia local, a acusação teria resultado de uma investigação pelo promotor distrital de Albany, David Soares.

O toque forçado é uma contravenção que acarreta pena de até um ano de prisão. Para tipificá-lo, os promotores devem demonstrar que o réu agiu para degradar sua vítima ou para sua própria gratificação sexual. Os promotores teriam que provar vários elementos do crime, incluindo que o toque de Cuomo foi intencional e com força.

O ex-governador e seu advogado negam qualquer ato indevido.
No início de agosto uma investigação conduzida pela Procuradoria-Geral de Nova York concluiu que Cuomo teria assediado sexualmente 11 mulheres e violado leis estaduais e federais enquanto criava um “clima de medo” no ambiente de trabalho.

Segundo a procuradora-geral do estado, Letitia James, o ex-governador apalpou, beijou e abraçou mulheres sem consentimento e fez comentários inapropriados em conversas com elas. A procuradora acrescentou que o gabinete do governador se tornou um lugar de trabalho “tóxico”, que permitiu “que ocorressem os assédios”.

Os investigadores conversaram com 179 pessoas, incluindo denunciantes e membros atuais e antigos do gabinete, e o inquérito apresentado na época tinha 168 páginas.

Em um dos casos, Cuomo teria assediado uma policial. Segundo a investigação, em um elevador, o ex-governador ficou atrás da vítima e “desceu seu dedo do pescoço até sua coluna e disse: ‘ei, você'”. O governador também teria passado “sua mão aberta de seu umbigo até seus quadris, onde ela carregava a arma”.

Após as denúncias, ele voltou a negar as acusações e disse que “os fatos são muito diferentes do que foi retratado”.

“Quero que saibam diretamente por mim que nunca toquei ninguém de forma inapropriada nem fiz insinuações sexuais inapropriadas”, disse, em um discurso televisionado. “Tenho 63 anos. Vivi toda minha vida adulta à vista do público. Isso não é o que sou. E esse não é quem fui.”

Uma semana depois da apresentação do inquérito, em meio a pressões do eleitoral e do partido -vindas inclusive do presidente dos EUA, Joe Biden-, Cuomo renunciou ao cargo. Desde então, Nova York é comandado pela vice do ex-governador, Kathy Hochul, que se tornou a primeira mulher a governar o estado.

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