Ex-conselheiro diz que Trump ‘tentará sair’ da OTAN se vencer eleições

O ex-conselheiro de segurança nacional, John Bolton, alertou que os EUA podem vir a sair da OTAN caso Donald Trump vença as eleições presidenciais norte-americanas, em novembro. 

“Penso que ele tentará sair”, revelou Bolton que considerou que “a OTAN estará em perigo”, caso Trump vença um segundo mandato. As declarações foram feitas ao jornalista da CNN Internacional Jim Sciutto, que reuniu testemunhos de vários ex-conselheiros do ex-presidente num livro intitulado ‘The Return of Great Powers’, lançado na segunda-feira.

John Kelly, que também serviu Donald Trump como do chefe do gabinete da Casa Branca, afirmou que o ex-presidente dos EUA “não via qualquer utilidade na OTAN”. “Ele [Trump] pensava que Putin era um ‘cara legal’ e que Kim (Jong-un) era um ‘legal’ e que tínhamos empurrado a Coreia do Norte para um canto”, recordou Kelly. “Para ele, era como se estivéssemos provocando estes homens. Se não tivéssemos a OTAN, Putin não estaria fazendo estas coisas“, afirmou. 

Vale lembrar que, esta semana, Donald Trump disse que , caso seja reeleito, irá encorajar a Rússia a “fazer o que quiser” em relação aos países devedores da OTAN. Os comentários foram criticados pela aliança transatlântica, com o secretário-geral, Jens Stoltenberg, considerando que “minam a segurança de todos”. 

“A OTAN continua pronta e capaz de defender todos os seus aliados. Qualquer ataque à OTAN será enfrentado com uma resposta unida e vigorosa”, disse Stoltenberg, em comunicado. 

Por sua vez, Joe Biden considerou que os comentários do adversário eram “angustiantes e perigosos”. Para o democrata, os comentários de Trump significam “a sua vontade de abandonar os aliados da América que são membros da OTAN em caso de um ataque russo”.

Donald Trump respondeu, esta terça-feira, às críticas e defendeu que tornou a Aliança Atlântica forte durante o seu mandato. “Tornei a OTAN forte e até os democratas de esquerda radical e os falsos republicanos admitem isso”, apontou Donald Trump, através da sua rede, Truth Social.